O ponto de vista psicológico das corridas de rua

Atualizado em 01 de julho de 2011
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* Por Daniela Lago Chaves Koerbel

No atual cenário mundial e nacional, muito se tem falado sobre qualidade de vida e a prática de atividades físicas. Todavia, existem muitas pessoas confusas sobre que tipo de esporte é melhor de acordo com suas aptidões. Na realidade, não existe uma modalidade esportiva melhor do que outra. O que existe são sujeitos e suas singularidades e, desta forma, o que pode ser bom e prazeroso para um, pode ser enfadonho e desgastante para outro.

O que quero dizer é que não existe uma receita-padrão de que exercício é correto ou adequado, e sim que existe uma gama de opções esportivas que pode atender a demanda de qualquer praticante. É importante, portanto, que o futuro iniciante de atividade física tenha ciência do que o motiva a tal escolha. Ou seja, é mister que este iniciante responda para ele mesmo quais são seus objetivos com esta opção esportiva. Por exemplo, no caso de executivos que trabalham sob constante tensão e estresse, pode ser favorável a opção por esportes radicais, ou até mesmo por Yoga ou técnicas de relaxamento.

Um aspecto muito interessante que a psicologia do esporte pode atuar é justamente diante dessa tomada de decisão por um ou outro exercício. A escolha por uma modalidade esportiva como o atletismo, especialmente as corridas de rua e as de aventura, pode ser uma excelente opção para aqueles que estão saindo do sedentarismo. As corridas de rua compõem uma das modalidades mais democráticas, uma vez que ela “respeita” os limites de cada um e não direciona qual será o próximo passo a ser traçado ou desbravado. Simplesmente permite que cada um seja o que realmente é em sua essência.

A Psicologia do Esporte é uma ciência emergente, que trabalha com desportos e atividades físicas em geral e muito tem a contribuir com os corredores, pois, além de trabalhar com intervenções psicológicas com atletas de rendimento e com amadorismo, também trabalha o esporte recreacional, preventivo e até de reabilitação emocional.

No exemplo supramencionado, dos executivos que se encontram sob constante pressão psicológica, a psicologia constata que eles pode reproduzir no esporte o que vivenciam em suas atividades laborativas. Ou seja, podem exercer suas capacidades de liderança, atenção, concentração, auto-eficácia, formas de manejar seu estresse e até mesmo definir estratégias com o objetivo final de obter resultados satisfatórios.

Desta feita, é primordial que o iniciante tenha pleno conhecimento do esporte em que ele está inserido. No caso específico das corridas, ele deve saber suas características, que para o desempenho desta atividade não precisa pertencer a alguma equipe e que não precisa ter muito dinheiro. O que é essencial é o espírito de liberdade, de dever cumprido e, acima de tudo, de prazer que é proporcionado por sua prática constante e equilibrada.

*Psicóloga do Esporte e Psicóloga clínica – CRP 08/10496
Colaboradora da Comissão de Psicologia do Esporte do Cons. Reg. de Psicologia do PR
Colaboradora do grupo de Mestrado da UFPR em Psicofisiologia do Esporte e do Exercício.
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