Noite iluminada na USP

Atualizado em 07 de junho de 2008
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Por Odara Gallo
Foto Alexandre Cappi/ BrStock

A arena montada na Praça do Cavalo, na USP, misturava clima de festa e esporte. Faltando uma hora para a largada da Fila Night Run, realizada às 20h deste sábado, 07/06, já era grande o número de corredores que se preparavam para percorrer os 5 ou 10 km pelas coloridas ruas da Cidade Universitária. Jogo de luzes e muita música eletrônica ditaram o clima do evento.

“Acho que o grande destaque é para toda a estrutura e organização. O pórtico virou um o palco e deu para perceber que os corredores gostaram muito dessa intervenção e já saíram para a prova mais motivados”, disse Milton de Souza, diretor da Fila Brasil, que comentou ainda o perfil dos participantes. “O diferencial dessa prova é o público. São corredores que realmente querem estar na frente”, afirmou.

A vontade de superar seus limites e curtir a noite com a prática do esporte foi mesmo a tônica do evento. Paula Breve, 40 anos, analista de sistemas, corre desde janeiro e escolheu a Fila Night Run para fazer os seus primeiros 10 km. “Achei bem legal correr à noite. É menos cansativo e muito bom para quem, como eu, está começando. Tudo foi muito motivador. As intervenções estavam bem legais”, opinou Paula sobre os VDJs, localizados na largada e no meio do percurso, que faziam mixagens com som e imagens no telão.

Para experiente e iniciantes
O trajeto predominantemente plano, com algumas leves subidas atraiu corredores de diversos níveis. Exemplo disso, é o casal Karina Fukisig, 25 anos, bancária, e Danilo Ambrósio, 29 anos, engenheiro. Ele, que escolheu o percurso mais longo, corre há cinco anos e ela arrisca passadas apenas de vez em quando, por isso optou pelos 5 km. “Ele é quem me convence a vir participar. Quando tem 5 km eu venho. Já fiz os 10 também, mas é muito cansativo”, disse Karina. Enquanto Danilo não sentiu dificuldades com o percurso, já que realiza seus treinos na USP, Karina sofreu um pouco com os aclives. “A subidinha do final é meio ruim. Todo mundo deu uma diminuída no ritmo”, comentou.

Em compensação, sobraram elogios da bancária para o horário da prova e intervenções. “Adorei por ser uma prova noturna, não gosto muito de acordar cedo e também não tem o sol. Além disso, o som durante o caminho motiva bastante”, afirmou. O experiente Danilo também aprovou horário alternativo, mas confessou que as corridas diurnas são suas favoritas. “Eu nunca tinha feito uma prova noturna, foi a primeira vez. Achei bem legal, mas prefiro correr de manhã, porque já estou acostumado e à noite me sinto um pouco mais pesado”, falou o corredor, que fez questão ainda de exaltar a estrutura do evento. “Acho que os pontos fortes da prova são a organização e o clima. Foi bem gostoso de correr”, ressaltou.

Música na cabeça
Foi ao som de muita música eletrônica mixada e projeção de imagens que os mais de 4 mil corredores largaram na Praça do Cavalo. Quem começava a prova tinha realmente a sensação de que a música estava na cabeça, já que os participantes passavam por baixo do palco, montado em cima do pórtico de largada, com o DJ William Ribeiro tocando ao vivo e lançando imagens do telão especialmente para os atletas.

Como a chegada foi no mesmo sentido do início da corrida, foi possível ver o palco antes de passar pelo pórtico novamente, o que deu ainda mais motivação para corredores como Fernando Leal, 25, comprador. “Essa é uma prova diferente de todas. Achei as intervenções ótimas e, na chegada, deu um gás a mais”, falou o atleta que pratica corrida há oito meses e começou no esporte na tentativa de deixar o cigarro. “Ainda não consegui, mas diminui bastante”, disse.

Mas para quem gosta de música, apenas duas horas de festa não é o suficiente, e engana-se quem pensa que o evento serviu para substituir a balada de sábado. “Aqui foi só para aquecer. Vou curtir a noite ainda hoje”, disse Fernando. E como toda festa, o único ponto fraco apontado pelo animado corredor foi o trânsito na porta. “Foi um pouco difícil de entrar na USP, mas a organização está de parabéns por toda a estrutura montada para os corredores”.

Os reis da festa
O vencedor dos 10 km foi Adriano Bastos, campeão da Maratona de Santa Catarina em abril deste ano e sexto colocado na Maratona de São Paulo na última semana, que apontou a animação como ponto forte da corrida. “Fui junto com o pelotão até o quilômetro três e depois distanciei. Consegui fazer a prova em um ritmo confortável e o que me motivou mais foi que na segunda volta ainda peguei o pessoal dos 5 km e a torcida estava bem animada”, disse o atleta que completou o percurso em 30min58s.

No feminino, o primeiro lugar ficou com Ana Patrícia do Nascimento, que já esperava ficar entre as três primeiras. “Liderei a prova inteira, mas no final senti o ritmo forte. Graças ao pessoal da equipe que foi me dar forças e me acompanhar até o final, consegui sair com a vitória”, afirmou a corredora, que está acostumada a treinar à noite e se disse adaptada com o horário. “Gostei bastante de competir à noite. É melhor do que de dia, porque não tem o sol e acho que o corpo está mais preparado, já aquecido”, afirmou.

:: Serviço
Fila Night Run
Data:
7 de junho de 2008
Horário: 20h
Distância: 5 e 10 km
Temperatura: 18°C (média)
Umidade: 94%
Resultados:
Masculino 10 km

1º Adriano Bastos – 30min58s
2º Francisco Clemilson da Silva Ângelo – 31min30s
3º José Rodrigues dos Santos – 31min59s
4º Rogério dos Santos – 32min12s
5º Jurandi de Arruda Bezerra – 32min13s
Feminino 10 km
1ª Ana Patricia do Nascimento – 40min05s
2ª Ana Paula Hidalgo – 44min43s
3ª Vera Lucia Saporito – 46min23s
4ª Rosemeira Ferreira Silva – 46min27
5ª Claudia Maragliano – 46min36s