Miguel Sarkis: por que gostamos de correr?

Atualizado em 04 de novembro de 2010
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Alquimia

Dentro de nosso organismo, cada molécula exerce uma função específica para administrar nossas vontades. Ao correr, cumprimos nosso desejo de exercitar. Para que isto ocorra, algumas etapas no metabolismo e no funcionamento do cérebro terão que acontecer para que possamos sentir prazer.

É simplesmente mágico! Temos chance de emagrecer, mantermos ótima forma, além de podermos comer de tudo que quisermos, sem que amarguemos o acúmulo das gorduras infinitas.

A verdade é que pode haver uma combinação química que favoreça o prazer, a transformação substancial da musculatura esquelética e cardíaca, que mexe com as emoções e favorece uma resposta dupla de correr bem e estar bem.

O Prazer de Suar

Por que sentimos aquele prazer indescritível no momento em que o suor deixa nossa cabeça, passando pelo rosto, pescoço, tórax e abdome, culminando nos pés? É simples: sentir o suor é somente uma consequência do que ocorreu segundos atrás, dentro de nós, que produziu o suor.

Entender todo este processo pode ser um dos fatores preponderante na prancheta, na hora de planejar o próximo treino, elevando-se os valores de se treinar com moderação entre objetivação e determinação. Apesar da falsa sensação de que estamos emagrecendo a cada gota que percorre o nosso corpo, ainda assim, é muito agradável sentir que nosso esforço está marcando presença, pelos sinais de desgaste moderado ou intenso.

A Química Mágica que agita nossas Emoções

Por que corremos? Hoje, corremos por uma questão conceitual e social. Podemos dizer que, após ter perdido a autonomia de movimentos, a sociedade moderna definiu que precisamos nos movimentar. A corrida foi eleita, em termos de prática direta e abrangente, a modalidade mais apropriada e eficaz para se promover a saúde.

É possível correr com muito pouco a mão, além de dispensar um time, como no caso do “primo rico”, o futebol, que necessita de vários integrantes para compor uma partida ou um treino. A diversão estará garantida, na medida em que saibamos escolher o melhor local, o melhor horário, a velocidade e demais critérios necessários.

Os ritmos que produzem a Química

Como corremos? Existem três possibilidades para uma pessoa correr; em ritmo lento, ritmo moderado ou acelerado. Corremos porque existe uma necessidade e que nos conduz a tal gesto esportivo. Agora só falta definir, nos planejamentos, qual a velocidade que desejamos e que é necessária para o momento.

Porque conseguimos correr? Os movimentos que a corrida exige são possíveis a partir da produção de hormônios. Curiosidade científica: (Segundo Thorén ET all 1990,  “[apontam que a endorfina pode ter tanto um efeito sobre áreas cerebrais responsáveis pela modulação  da dor, do humor, depressão, ansiedade como pela inibição do sistema nervoso simpático (responsável pela modulação de diversos órgãos como coração, intestino etc…]”.

Modulação: passagem de uma função a outra, como nos casos em questão; efeitos benéficos no sistema emocional para o sistema dos órgãos do corredor, como coração, intestino, etc.

Trocando em miúdos, podemos explicar a função acima:

Ao correr, o corredor se vale da produção de elétrica e mecânica, que são os sinais principais do sistema nervoso, que ao comando da vontade (o sinal elétrico do nervo ao músculo) promovem o movimento das fibras musculares, que favorecem um movimento complexo e, no nosso exemplo, da corrida.

Correr para frente requer:

Equilibrando e desequilibrando o corpo, num eterno movimento de recuperar e perder o equilíbrio, o movimento da corrida vai dando forma ao estilo do corredor, quando a produção hormonal vai permitindo o prazer ao corpo do corredor que sente emoção, manifesta-se em forma de intensidade e termina com a exaustão ou ao simples estado de missão cumprida, quando o corredor tem muito bem planejada a intensidade ou a administra bem, apesar das emoções.

Cuidar destas emoções é questão, também, de treinamento

Quando sentimos que podemos avançar e realizar muito forte um ritmo para a corrida e ele não estava planejado, então é melhor manter-se dentro do planejado, ou seja, mais lento e curtir o ritmo planejado anteriormente. Emoção demais que pode definir como possível um ritmo mais rápido para treinos e provas (são situações comuns nos dias de hoje, dada as circunstâncias de trabalho e estresse) e culminar em quebradeira.

A emoção forte libera certos hormônios que possibilitarão ao corredor um ritmo mais rápido e provocar a contração desenfreada e diferente da prevista.

Na hora de correr, lembre-se que a corrida não anda sozinha. Há um interior e um exterior se contrabalançando, onde a experiência e a sabedoria o levará ao ponto mais alto das corridas de longas distâncias.

Equilibre-se, sempre e corra pra sempre.

Você tem dúvida sobre seus treinos de Corrida, equipamentos ou provas? Mande sua pergunta para ativoresponde@ativo.com que Miguel Sarkis poderá respondê-la!

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