Melhor amigo do corredor

Atualizado em 21 de julho de 2011
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Por Fernanda Silva

Ter um companheiro ao lado durante os treinamentos pode ser um estímulo a mais para qualquer corredor, além de poder ajudar na melhora do desempenho e tornar a prática esportiva mais confortável. Porém, este acompanhante não precisa ser, necessariamente, uma pessoa. É cada vez mais comum ver nas ruas e parques pessoas correndo com seus cães, considerados os melhores amigos do homem.

Esse hábito é tão eficaz e divertido, tanto para o dono quanto para o animal, que tornou-se até uma modalidade esportiva. O canicross, muito praticado na Inglaterra, também vem ganhando adeptos no Brasil. Com distâncias separadas por faixa etária, corredores e seus respectivos cães correm juntos, unidos por um equipamento chamado waist belt, um tipo de guia que fica preso ao animal – como uma coleira, e à cintura do atleta.

Porém, mesmo para competições quanto para os treinamentos, algumas características devem ser levadas em consideração. Não são todos os cachorros que gostam ou estão habituados a correr, mesmo que por pouco tempo ou distância. Por isso, o cão precisa estar sintonizado com seu dono e com a corrida. “O nível de treinamento deve ser relacionado com o quanto o cão pode suportar. É necessário que se faça um treino gradativo, de forma a adaptá-lo para a prática esportiva, para não prejudicar o desempenho do corredor nem a saúde do cão”, explica Miguel Sarkis, diretor técnico da Miguel Sarkis Personal Trainer.

A companhia pode ser perfeita se ambos se respeitarem. Portanto, não force o cão a correr, nem o puxe pela guia, caso ele pare no meio do trajeto. A guia deve ser usada apenas para manter o companheiro próximo. Até se habituar à prática, deixe para treinar com seu cão apenas em dias de treinamentos leves, como regenerativos e de rodagem. Se preferir um cão especifico para praticar o esporte, raças como o Greyhoud (Galgo Inglês) e o Whippet, são as ideais. Mas tudo depende da criação do animal e da interação com seu dono.

Cuidados
É indispensável consultar um veterinário antes de partir para a corrida com seu animal de estimação. O especialista fará avaliações cardiológicas e ortopédicas, que descartarão problemas que podem comprometer os treinos e a saúde do animal. Depois disso, seja paciente e conheça bem seu cachorro e respeite suas limitações. “O cão estabelece seu próprio limite. Ao sentir cansaço ele irá diminuir o ritmo e, até mesmo dar umas paradinhas. Estas são demonstrações de que está na hora de parar”, revela Viviane Azevedo Ferreira, médica veterinária do Hospital Veterinário Santa Inês, que destaca que essas características são descobertas com o tempo.

Cães de pelagem mais comprida sentem mais calor, portanto tome cuidado com os horários dos treinos. “Devemos tomar cuidado com horários em que o sol está muito quente, ou a umidade muito baixa, pois os cães não usam tênis e podem ter queimaduras na parte inferior de suas patas, além de um quadro de superaquecimento”, aconselha a especialista. Essa atenção vale também para a alimentação e hidratação. “O cão deve comer uma boa ração, com cuidado para não exagerar nas gorduras e proteínas. A hidratação deve ser com grande frequência e livre para deixá-lo beber o quanto de água quiser”, completa a veterinária, que afirma que tomadas as precauções e cuidados, o cão está liberado para correr.