Manter o ritmo para não esfriar

Atualizado em 22 de junho de 2008
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Por Marcelo Marcondes

Para os 500 corredores que participaram da corrida Da Rua Para a Pista 2008, no Estádio Ícaro de Castro Melo, no complexo esportivo do Ibirapuera, o evento foi um modo de quebrar a rotina “dura” das provas de rua. A prova ocorreu nos dias 21 e 22, sendo que, no primeiro dia, foram realizadas as eliminatórias e, no segundo dia, divididos em três baterias, correram os finalistas. O frio de 14ºC anunicou o começo do inverno, mas os corredores compareceram mesmo assim, e demonstraram a mesma disciplina e resistência necessária dentro da pista.

A primeira bateria foi a dos atletas portadores de deficiência classificados e com aqueles corredores que fizeram o percurso de 5 km acima dos 19 minutos. A segunda bateria foi a das mulheres e, a terceira, dos atletas mais velozes (aqueles que fizeram o percurso abaixo dos 19 minutos).

Prova contra a monotonia
Para o engenheiro Celso Portásio, 51, que correu na primeira bateria, o maior inimigo na hora de correr não é o fôlego que falta, as pernas que doem ou a sede que bate. Ele afirma que o que o faz desanimar em relação a uma prova é a mesmice do trajeto. “Corro duas vezes o mesmo percurso e já fico enjoado. Não tem mais graça”, afirma. “E, por isso, que eu vim fazer essa prova de pista, e acabei me classificando para as finais”, contou Portásio. “Para quem gosta de corrida de rua, a pista é boa para se preparar, ou seja, montar uma estratégia de prova na sua cabeça, pois todas as variáveis na pista são previsíveis: desde a pista em si, o clima, o percurso etc.”, complementou.

Avance três posições
A designer Vera Lúcia Saporito, 32, participou pela segunda vez do evento. Se adaptou tão bem ao circuito que saltou de uma sexta colocação (em novembro do ano passado, na última prova), para a terceira colocação neste ano. “Acho que a principal diferença da rua para a pista é o piso, mais macio, em provas como a de hoje”, falou. “O importante ao correr na pista é manter o pace durante toda a prova”, disse Vera Lúcia.

Lado-a-lado com o mestre
O já “veterano” corredor Edvaldo Pereira de Souza, 48, o ‘Calói’, corre desde 1985. É aluno da assessoria esportiva Branca Esportes desde 2002 e, neste domingo, teve o privilégio de correr a última bateria do evento Da Rua Para a Pista – a dos atletas que haviam se classificado no dia anterior com tempo abaixo de 19 minutos nos 5 km – ao lado de seu professor, o treinador Branca. Os dois se classificaram e largaram juntos por volta das 9h30 para a última bateria. Com um currículo de provas invejáveis, ‘Calói’ já correu 34 maratonas e quatro super-maratonas (provas de 50 km). Seu recorde pessoal nos 42 km é de 2h19min45s e, nos 50 km, supreendentes 2h52min. “A principal diferença entre correr aqui e na rua é que a prova de pista exige um ritmo extremamente constante, principalmente nos 5 mil metros”, explicou. “Além disso, por ser mais macio, o piso da pista ajuda o corredor a pegar mais velocidade”, disse. “Mas, no final das contas, prefiro correr na rua mesmo, pois dá para analisar quem sobe e quem desce melhor, além de ser possível parar um pouco para descansar nos momentos mais duros”, finalizou.

::Serviço
Da Rua para a Pista 2008

Data: 21 e 22 de junho de 2008
Horário: 6h-22h (dia 21); 7h-9h30 (dia 22)
Distância: 5 km
Temperatura: 14ºC
Umidade: 82%
Concluintes: 396 (total): 215 (homens) e 81 (mulheres)
Resultados:
Bateria 1

1º Hélio da Silva – 18min22seg
2º William de Souza Andrade – 19min01s
3º Juliano Pereira da Silva – 19min07s
Bateria 2
1ª Francine do Amaral Lopes – 20min13s
2ª Maria Claudia Ferreira Souto – 20min21s
3ª Vera Lúcia Saporito – 21min12s
Bateria 3
1º Vonaldo José Freitas – 15min19s
2º Antônio da Costa – 15min20s
3º Domílson Pereira de Sousa – 15min25s