Por Caio Barretto Briso
Fotos Dhani Borges

Lornah Kiplagat, 34, está pronta para conquistar a terceira medalha de ouro consecutiva no Mundial IAAFCaixa de Meia-maratona, amanhã, dia 12, no Rio de Janeiro. Campeã em 2006 e 2007, a queniana, que compete pela Holanda desde 2003, conversou com a O2 no hall do Hotel Intercontinental, onde está hospedada com seu marido – segundo ela, seu maior incentivador. Simpática, a bicampeã mundial tem fala mansa e olha sempre nos olhos de quem a ouve. Além da velocidade, o sorriso é a sua marca.

O2 – É a sua primeira vez no Rio de Janeiro. Qual é a sua primeira impressão da cidade?
Lornah Kiplagat – É minha primeira vez na América do Sul e estou muito entusiasmada com esta viagem. Cheguei ao Rio na segunda-feira, para ter uma boa aclimatação, e choveu a semana toda. Mas fiquei feliz hoje ao acordar e ver o sol surgir, ver as pessoas na praia. Pretendo aproveitar a cidade também, não vim apenas para correr.

O2 – O que você faz nos momentos que antecedem uma corrida? Como você se concentra?
Lornah – Acredito em Deus, rezo antes da minha corrida e peço proteção para tudo dar certo, para o melhor acontecer. Procuro ficar em silêncio, relaxar, não pensar na corrida em si, não imaginar como vai ser. Mas rezar, realmente, é o que mais me ajuda.

O2 – No Quênia, a corrida tem um papel de transformação social?
Lornah – Sim, é isso mesmo. No Brasil todos querem jogar futebol. No Quênia é o mesmo, mas o esporte é diferente: todos querem ser corredores, porque é uma forma de ganhar dinheiro, de viajar o mundo inteiro e de ser reconhecido. Por meio da corrida é possível mudar de vida, ajudar a família. Então, todos querem ser corredores.

O2 – Que conselho você daria para aqueles que disputarão a sua primeira meia-maratona?
Lornah – Comece devagar. Não vá muito rápido. Há muita gente correndo, muitos vão ultrapassá-lo, eu sei, mas tenha paciência, saiba que você está apenas em sua primeira meia-maratona. Vá devagar.