Lesão e tratamento

Atualizado em 23 de agosto de 2010
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*Por Everson de Almeida Mendonça

Todos nós que praticamos algum esporte, frequentamos academias de ginástica, caminhamos na praia, enfim, que submetemos nosso corpo a situações de tensão músculo ligamentar, sabemos o quanto são frequentes e o quanto incomodam as lesões que o esporte nos causa. Desde a falta do devido aquecimento antes do exercício, a utilização de forma errada de seu equipamento (bicicleta, tênis, entre outros acessórios esportivos) até o exagero durante a sua prática, as causas dessas lesões são inúmeras.

Com a idade, estas contusões tornam-se mais frequentes e mais difíceis de serem resolvidas. É comum encontrarmos pessoas que desistem da prática esportiva por terem lesões músculo ligamentar ou tendínea crônica, que vão de tratamento em tratamento atrás de alguma coisa que, enfim, traga resultados concretos.

O produto de todas estas lesões é, quase sempre, dor e limitação de movimentos, originados por um processo inflamatório ou um dano que é realimentado pelo treinamento constante. Ou seja, qual atleta, que na véspera de uma competição importante, para qual treinou vários meses diariamente, irá parar ou diminuir o ritmo de treinamento por causa de uma “dorzinha”?

Com o tempo, nosso organismo recompõe os tecidos lesados, através da cicatrização, e estamos aptos a voltar ao nosso desempenho máximo. Só que, em alguns casos, a inflamação ou lesão não cede, a dor não passa, o movimento se torna difícil, a prática esportiva se torna impossível, e os resultados não são mais os mesmos, o fisioterapeuta que era muito bom agora não é mais, e, assim, cada vez ingerimos mais medicamentos para diminuir a dor. O que fazer?

A primeira coisa é descobrir a origem da dor e tratá-la. O que mais escuto de triatletas é: “quando eu faço a transição do ciclismo para corrida meu joelho começa a doer” ou “na corrida, lá pelo quilômetro seis, eu começo a sentir dor”. Ouvindo isso eu sempre pergunto para eles se a postura na bicicleta é boa, confortável, se a bicicleta está com a geometria adequada e muitos não conseguem me responder.

De nada vai adiantar o fisioterapeuta se o atleta fica duas, três horas por dia pedalando de forma errada. O mesmo acontece com maratonistas, jogadores e com qualquer atleta. O tênis ou o acessório esportivo, que é muito bom para um atleta, pode ser muito ruim para outro.

O fisioterapeuta deve sempre lembrar antes de tratar qualquer pessoa da individualidade (as pessoas não são iguais), causalidade (buscar as causas do sintoma) e globalidade (trata o paciente e não só a doença ou dor). O seu tratamento deve ser montado para você, buscando corrigir as suas imperfeições músculo esqueléticas, já que cada organismo reage de maneira diferente às agressões sofridas. A “receita de bolo” (gelo + ultra som + TENS) pode não ser boa para você.

*Everson de Almeida Mendonça é fisioterapeuta.