“Já estou sentindo o peso”

Atualizado em 11 de maio de 2007
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Por Christian Baines

O mais destacado ciclista brasileiro da atualidade, o paranaense de Arapongas Luciano Pagliarini (Saunier Duval), radicado na Itália há oito anos e atleta do circuito profissional mundial desde 2001, é o único nome garantido na equipe brasileira de ciclismo dos Jogos Pan-americanos.

Bastante cotado, no começo da temporada, para participar do Giro d´Italia, o atleta com passagens pelas equipes italianas Lampre e Liquigas acabou ficando de fora devido a uma virose, contraída após as provas clássicas da Bélgica, que o deixou de cama durante dez dias e atrapalhou sua preparação.

De volta aos treinamentos, de olho na prova francesa Dauphiné Libéré, que acontece entre os dias 10 e 17 de junho, e nos Jogos no Rio de Janeiro, Pagliarini fala da responsabilidade em liderar a esquadra brasileira no Pan e aponta os favoritos do Giro d´Italia.

Prólogo: A responsabilidade fica ainda maior por ser o único ciclista garantido com antecipação para o Pan?
Luciano Pagliarini: Sem dúvida. É uma baita responsabilidade. Já estou me sentindo pesando. Serei o único atleta do circuito mundial na equipe brasileira e estaremos competindo em casa. A pressão vai ser enorme. Mas estou preparado para isso. Estou treinando forte e pretendo chegar bem.

Prólogo: Você acha que estará 100% no Pan?
LP: O plano é esse. Mas essas coisas são muito imprevisíveis. Posso sofrer um tombo, por exemplo. Não dá para prometer nada. Agora, a propósito, era para eu estar indo ao Giro d´Italia. Mas uma virose me deixou de cama por vários dias e atrapalhou minha preparação. A verdade é que nós nos desgastamos demais nas provas, e quando aparece uma doença, vem com tudo. A boa notícia é que realizei exames físicos na semana passada e já estou treinando com base nesses testes para a Dauphiné Libéré e para ao Pan.

Prólogo: Já que você mencionou o Giro d´Italia, em quem você apostapara vencer?
LP: Tem o (Damiano) Cunego, o (Paolo) Savoldelli e o (Danilo) Di Luca, mas acho que o (Gilberto) Simoni é o grande favorito. Ele deve encerrar a carreira em poucos anos. Esse Giro pode ser o último em que participe com condições reais de vitória. Então, ele não vai deixar escapar facilmente. Além disso, as etapas de subida serão muito duras. E para ele isso é bom. Simoni é um ciclista muito leve. Quanto pior a subida, melhor fica. Sem contar que a Saunier Duval montou uma equipe bastante forte, com (Riccardo) Ricco, (Iban) Mayo e (Raivis) Belohvosciks.

Prólogo: Voltando ao Pan, quais são, na sua opinião, os principais adversários do Brasil?
LP: Os argentinos. Tenho certeza disso. A briga com eles vai ser boa. Alguns atletas, como o (Juan José) Haedo e o (Maximiliano) Richeze, estão aqui na Europa e sei do que eles são capazes.