Instituto Cohen: você sabe o que é osteíte púbica?

Atualizado em 16 de outubro de 2019
Mais em ATIVO

Osteíte púbica é uma afecção inflamatória e não infecciosa caracterizada por dor na sínfise púbica que pode ser referida na região ao redor, incluindo abdômen inferior e região da virilha. Essa condição parece ser a maior causadora de pubalgia na população atlética, afetando principalmente corredores de longa distância e esportes que envolvem chute, sendo mais comum nos homens do que nas mulheres.

A causa dessa lesão ainda permanece obscura, mas desequilíbrios musculares, instabilidade pélvica e sobrecarga de treinos parecem ser os principais responsáveis por essa lesão. O desequilíbrio muscular entre a musculatura abdominal e os adutores tem surgido como a principal causa para as osteítes púbicas, sendo que uma diminuição da amplitude de movimento da articulação do quadril e da articulação sacro-ilíaca contribui para aumentar o estresse na região do púbis.

O quadro clínico se caracteriza por aumento da sensibilidade na região da sínfise púbica e piora dos sintomas com aumento do volume e /ou intensidade dos treinos e adução resistida do quadril geralmente é dolorosa. As dores geralmente não são incapacitantes, mas não permitem que os atletas possam evoluir nos seus treinos, afetando a performance dos mesmos.

A osteíte púbica se apresenta como um desafio terapêutico para os clínicos, e é importante que haja uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, preparadores físicos e treinadores. O tratamento inicialmente é conservador e baseado no uso de anti-inflamatórios não hormonais, fisioterapia e modificação das atividades esportivas, com diminuição do volume e intensidade dos treinos, sendo que algumas vezes é necessário restringir as atividades por um período para que ocorra a remissão dos sintomas.

O tratamento fisioterapêutico envolve principalmente fortalecimento da musculatura abdominal e musculatura do quadril, e alongamento da musculatura envolvida. Medidas anti-inflamatórias como o ultrassom e o laser e o uso de correntes analgésicas são importante para alívio dos sintomas, mas o enfoque do tratamento deve ser voltado para a melhora da estabilidade do “core”, evitando que ocorram recidivas da lesão. No caso de alterações da biomecânica da corrida, é necessário que haja correção do gesto e o retorno do atleta a seus treinos de corrida deve ser feito de forma gradativa.