Por Cesar Candido dos Santos

A realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014, promete agitar o país, mas também pode provocar impactos negativos no atletismo. Em fevereiro, integrantes de uma Comissão visitaram cidades brasileiras que desejam sediar o Mundial, e o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, avisou que os estádios interessados em receber a competição não devem apresentar em seus projetos pista de atletismo.

Esta declaração não agradou o presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), Roberto Gesta de Melo, que escreveu uma carta para Lamine Diack, presidente da IAAF (Federação Internacional de Atletismo) e pediu que ele conversasse com Joseph Blatter, presidente da Fifa. O dirigente brasileiro lembrou que as finais das últimas três edições da Copa do Mundo foram disputadas em estádios que possuem pista de atletismo.

Diack e Blatter se encontraram recentemente na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça, e tiveram uma longa reunião para tentar encontrara a melhor solução de convivência em estádios que possuem instalações para ambas as modalidades.

“Atletismo e futebol dividem os mesmos estádios em muitos lugares. Temos de encontrar a melhor forma de continuar convivendo, como fazemos há tempos”, afirmou o presidente da IAAF, que acredita que “um estádio construído por uma autoridade local não deve contemplar um único esporte”.

Gesta espera que a conversa entre os dois mude a opinião dos dirigentes da Fifa, para que o atletismo brasileiro também tenha vantagens com a realização da Copa.

“Espero que a reunião proporcione uma visão mais abrangente, generosa e eficiente de aproveitamento dos equipamentos esportivos, para que o esporte brasileiro possa se beneficiar da realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo de Futebol, e ampliar os espaços a um número maior de modalidades”.