Fabiana Cristine da Silva

Atualizado em 11 de fevereiro de 2020
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Por Odara Gallo

As paixões apareceram cedo na vida de Fabiana Cristine da Silva, 29 anos. Com apenas 8 anos de vida, o esporte já havia conquistado essa pernambucana nascida em Recife e aos 14 foi a 19ª mulher mais bem-colocada na São Silvestre. A outra paixão veio um ano mais tarde, quando conheceu o marido, Daniel Lopes Ferreira, também pernambucano, em uma prova de atletismo na Hungria. O casal já está junto há 14 anos.

Os bons resultados foram interrompidos por uma série de lesões, motivo pelo qual Fabiana ficou fora de três Pan-americanos. Mas, em 2008 a atleta voltou com força total, e foi campeã dos 5.000 e 10.000 metros no Troféu Brasil, realizado em junho deste ano. Conheça um pouco mais da vida e carreira de Fabiana Cristine da Silva:

O2 Por Minuto – Como foi seu início na carreira?
Fabiana
– Eu comecei a correr em Recife com uns 8 anos. Um senhor de idade chamado José Augusto me chamou para treinar com ele. Ele num era formado nem nada, mas gostava muito de atletismo e treinava as filhas dele. Quando tinha 13 anos, passei a treinar com um técnico profissional, o Evandro. Ele me levou para a pista e comecei a entender melhor o que era o atletismo.

O2 Por Minuto – Sua família apoiou? Quais foram as principais dificuldades? Fabiana – Minha mãe sempre me apoiou. Mas as dificuldades no começo existem. Muitas vezes eu não tinha nem tênis para competir, corria descalça. Já aconteceu até de uma menina terminar de correr e passar o tênis para a outra.

O2 Por Minuto – Quando foi que os resultados começaram a aparecer?
Fabiana
– No começo, tudo era uma brincadeira, mas com 14 anos o meu técnico me levou para São Paulo para correr a São Silvestre. Terminei em 19ª no geral. Para mim, era emocionante fazer os 15 quilômetros, mas com o tempo fui me especializar nas provas mais curtas e de pista.

O2 Por Minuto – Tem preferência por alguma distância em especial?
Fabiana
– Costumo dizer que gosto dos 1.500 m, amo os 5.000 m e adoro os 10 km na rua. As provas de rua têm um retorno maior, mais visibilidade, então é importante para os patrocinadores.

O2 Por Minuto – Você esperava conquistar o índice para Pequim?
Fabiana
– Esse ano ficou muito em cima da hora por causa da recuperação da cirurgia. Saí da lesão agora e já consegui melhorar bem a minha marca nos 10.000 m, mas o índice ficou muito forte para mim.

O2 Por Minuto – Como foi essa lesão?
Fabiana
– Em fevereiro de 2007, comecei a sentir uma dorzinha no tendão do pé direito e faltando um mês para o Pan tive que fazer a cirurgia. É muito difícil essa fase de recuperação. Tive que voltar a caminhar e a pedalar para não perder o ritmo. Mas nunca pensei em desistir. Sempre quis voltar melhor do que parei.

O2 Por Minuto – Quais são suas metas para o segundo semestre?
Fabiana
– Quero participar de algumas provas de rua, mais ou menos uma por mês. Mais do que isso eu não consigo me recuperar bem, fico muito cansada. Quero me preparar para chegar bem na São Silvestre. Meu melhor resultado foi a 5ª colocação em 2000 e pretendo melhorar.

O2 Por Minuto – Como você faz para selecionar as provas que participa?
Fabiana
– As provas de rua costumam dar boas premiações e ainda uma divulgação bacana para os patrocinadores. Esses são os principais critérios para escolher.

O2 Por Minuto – Qual é seu grande sonho no esporte?
Fabiana
– Como todo atleta, sonho em participar de uma Olimpíada, mas também de conseguir ir para um Pan. Fiquei fora de quatro Pan-americanos: No primeiro, não consegui o índice; no segundo, tive uma fascite plantar; no terceiro, tive uma fratura por estresse; e, em 2007, por causa da lesão no tendão. As pessoas até brincam que eu tenho a “síndrome do Pan”, mas ainda quero disputar essa competição.