Especialistas dão dicas para correr sem lesões: parte II

Atualizado em 11 de julho de 2010
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A equipe do Instituto Cohen traz a segunda parte da relação das principais dúvidas dos esportistas sobre a avaliações e lesões, depois da primeira parte apresentada na última semana.

1 – Como é a forçpossível medir a muscular ou o equilíbrio muscular?
A força é possível avaliar desde testes de força máxima, como dinamômetros tanto isométricos como os conhecidos isocinéticos.

2- Onde podem ser feitos todos esses exames?
Em clínicas especializadas. Temos no Instituto Cohen o Dinamômetro Isocinético da Technogym REV 9000 que utilizamos não só para avaliar, mas para treinar também, pois conseguimos melhores resultados comparados aos equipamentos convencionais de musculação.

3- Qual é a participação do alongamento na prevenção de lesões?
Os benefícios nos exercícios de alongamento são o aumento da flexibilidade, a diminuição dos riscos de lesões músculo-articulares, a melhora da autoestima, da circulação sanguínea, da postura estática e muscular e o aumento e relaxamento muscular.

Os alongamentos são necessários, visto que recorrentes patologias como tendinites, mialgias, lombalgias, ciatalgias, entre outras, são decorrentes da falta de flexibilidade e dos encurtamentos musculares, caracterizando a grande queixa dos pacientes que buscam os consultórios médicos e pelo tratamento fisioterápicos.

4- Quais recomendações ultrapassadas continuam sendo passadas para frente e contribuindo para que as pessoas se machuquem?
São muitas, alguns exemplos: “A dor faz parte do treinamento”; “Só hidrate quando tiver tempo quente”; “Fazer uso de antinflamatório antes de uma prova para não ter dor”, entre outras.

5- Os corredores dizem que não conseguem se conter porque são viciados em corrida. Estabelecem metas de acordo com a paixão. E seus treinadores estabelecem rotinas de treinamento supostamente adequadas para o cumprimento da meta, com base no número de horas necessárias. Como deveriam ser estabelecidas as metas do corredor?

Muito mais simples do se imagina. Conhecendo-se os limites através das avaliações físicas, acompanhado por uma assessoria capacitada através de um profissional competente, o corredor notará que ao respeitar o que conhecemos como macro ciclos e micro ciclos de treinamento, as metas serão alcançadas com melhor performance e sem sobrecarga.

6- Como o corredor pode se certificar de que está sendo bem orientado?
Existem duas formas desta que chamo “possível” certificação. Primeiro é procurar pessoas já com experiência concretizada no mercado, ou antes de contratar uma assessoria, procurar associações de corredores de sua cidade, que poderá orientá-lo sobre este caminho inicial.

7- É contraindicado correr mais de uma maratona por ano?
Não. O mais importante é que na sua programação inicial do ano, na montagem do macro ciclo, você programe seus treinos para as provas que queira realizar, e assim se organizar não somente nos treinos de corrida, mas na musculação e outros treinamentos que agregam valor à prática, como propriocepção, pilates, CORE, etc.

8- A maratona e as ultramaratonas são corridas não-saudáveis?
Acredito que as ultramaratonas para a grande maioria das pessoas realmente não é saudável. Vejo isto mais pelo aspecto clínico do que as consequências ortopédicas. Uma ultramaratona exige muito de sistemas vitais condições do sistema renal, sistema hepático, sistema imunológico e podem acarretar situações irreversíveis para o bom funcionamento do corpo.

10- É possível estabelecer um prazo mínimo de treinamento para correr uma maratona?
É possível, só não é recomendado, e são estas pessoas que estabelecem este prazo mínimo (curto) que recebemos na sua maioria no nosso serviço de fisioterapia.

11- A dor (seja a de fadiga muscular ou a de lesão) costuma ser usada como parâmetro para o corredor. Algumas dores são “tratadas” com gelo e anti-inflamatório. Outras, com fisioterapia. É comum o corredor considerar a dor uma consequência normal da prática esportiva intensa/ competitiva. Isso é verdade? É impossível ser atleta sem sentir dor?

É possível sim ser atleta sem sentir dor. A dor é uma forma que o corpo tem de se comunicar conosco, de que alguma coisa não está bem, e muitas vezes uso indiscriminado de medicamentos tira o único parâmetro que o corpo tem de avisar desta sobrecarga e acarreta lesões mais graves e incapacitantes.