Entrevista: Tiego Gasparotto

Atualizado em 27 de janeiro de 2011
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Por Tadeu Matsunaga

Nascido na cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, o ciclista Tiego Gasparotto é uma das jovens revelações do ciclismo nacional. Campeão brasileiro sub-23 no último ano, quando defendeu as cores da ex-equipe Scott/São José dos Campos, ele busca se firmar na elite profissional e conquistar, em definitivo, seu espaço no pelotão.

Gasparotto, 5º colocado na última edição do Tour de Santa Catarina, acertou seu vínculo com a equipe de Pindamonhangaba após uma breve passagem pelo time de sua cidade natal e vislumbra grandes triunfos em 2011.

Em conversa com o Prólogo, o jovem ciclista falou sobre as dificuldades enfrentadas na ex-equipe Scott/São José dos Campos, a participação no Tour de San Luis e o sonho de disputar os Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Prólogo: Você é o atual campeão brasileiro sub-23. Qual a importância desse título?
T.G: É sempre importante ganhar uma corrida, ainda mais em se tratando de um Campeonato Brasileiro. Foi o ano em que encerrei minha participação na categoria sub23, então foi um resultado marcante na carreira. Na época foi um ótimo resultado para a nossa equipe e deu mais visibilidade no cenário nacional

Prólogo: Poucos meses após a conquista você deixou a ex-equipe Scott/São José dos Campos. Como foi essa transição em sua carreira?
T.G: A situação e o ambiente não eram nada agradáveis e passamos por dificuldades. Chegou em um momento que ficou insustentável, estava com cinco meses de salário atrasado…

Prólogo: E veio a proposta de Pinda?
T.G: O Kid (técnico de Pindamonhangaba) me deu uma oportunidade e procurei agarrar da melhor maneira possível. Intensifiquei os treinamentos e todas as provas em que estive presente conquistei um lugar no pódio. Meu grande objetivo era competir a Volta de São Paulo, mas acabei pegando uma virose e a decisão foi colocar outro atleta em meu lugar. Como eu tinha o desejo de participar da prova, acabei liberado e acertei para correr com Rio Claro até o final de 2010, mas já tinha acordo para retornar a Pinda neste ano. Venci o Paulista de Montanha com a camisa de Rio Claro e foi uma boa maneira de encerrar a temporada.

Prólogo: Sua primeira competição em 2011 foi o Tour de San Luis. Qual avaliação faz da prova?
T.G: O nível da competição foi alto com a presença de três equipes Pro Tour, isso deu um charme e uma visibilidade maior a competição. Isso motiva ainda mais os atletas. O nível dos sul-americanos está excelente. Os colombianos e os chilenos são muito bons nas montanhas, os argentinos tem sempre grandes atletas e o Brasil cresce a cada ano no ciclismo mundial, com atletas de alto nível.

Prólogo: Você sofreu uma queda na 3ª etapa do Tour.
T.G: Pois é. Não consegui desviar a bicicleta e acabei me chocando com um grupo que havia se acidentado. Acabei completando o estágio com muita dor na perna esquerda ( o que depois ficou constatado como uma lesão no nervo ciático). Participei do contrarrelógio na 4ªetapa, mas abandonei com 50 km da 5ª etapa. A perna estava muito dolorida.

Prólogo: Apesar da lesão você tem toda a temporada pela frente. Qual seu grande objetivo?
T.G: A expectativa maior está na Volta de Santa Catarina, onde fiquei em segundo em uma das etapas e terminei em 5º no geral. Mas ainda temos planejamentos a definir. O importante é fazer uma boa temporada, figurar nas corridas e ajudar a equipe de Pindamonhangaba a conquistar títulos.

Prólogo: E os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012?
T.G: Acredito no potencial que tenho, mas sei que outros ciclistas querem e vem trabalhando tanto quanto eu para estar presente na Olimpíada. Caso não seja possível representar o Brasil em 2012 vou seguir com minha dedicação, treinamentos e buscar uma oportunidade em 2016.