Entrevista: Renato Rezende

Atualizado em 07 de outubro de 2011
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Por Tadeu Matsunaga

Apresentado ao esporte ainda na infância, aos 7 anos, após um passeio com o pai em um parque, na cidade de Poços de Caldas (Minas Gerais), Renato Rezende, hoje aos 21 anos, se apresenta como maior nome do BMX brasileiro.

Único remanescente da delegação brasileira no centro de treinamento da UCI, na Suiça, o paulista surge como uma das principais esperanças de medalhas para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, que acontece entre os dias 14 e 31 de outubro, no México.

Em 2010, seu primeiro ano na categoria elite, venceu o Desafio Internacional de Bicicross, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Sul-americanos Medelin e sagrou-se campeão brasileiro e mundial. Um ano que marcou definitivamente sua projeção no cenário da modalidade.

Em entrevista ao Prólogo, Renato falou sobre o início da carreira, de como é carregar o status de principal nome da modalidade no País e falou sua expectativa para defender o Brasil no Pan de Guadalajara.

Prólogo: É o único remanescente na Suiça. Como tem sido sua preparação na Europa?
Renato Rezende: Aqui é o sonho da maioria dos pilotos de BMX. Tenho um treinador campeão (Thomas Allier), uma pista de qualidade. Tenho total suporte dos meus técnicos do Brasil, do COB e da CBC. Recebo incentivo de todos e tem sido vital para meu desenvolvimento. Dou meu máximo nos treinos. Minha vida é o BMX. A distancia dos amigos, da namorada e, principalmente, da família me faz ter força pra vencer todos obstáculos.

P: Foi campeão mundial e tem ganhado mais status. Como lida com a cobrança?
R.R: A responsabilidade sempre me acompanhou de perto. Cada título que conquistamos sempre premia o trabalho de uma atleta e de toda uma equipe. Me cobro muito e não escondo isso de ninguém. Antes tinha mais dificuldades para administrar esse lado, mas hoje consigo moderar essa cobrança. Não permito que isso me afete na competição.

P: E a expectativa para o Pan? O ouro é possível?
R.R: Fico emocionado só de pensar que estarei lá. Sei que todos que chegam até lá são tão merecedores como eu. Todos nos esforçamos para chegar onde estamos. A diferença está na conduta e na referência que você tem – principalmente no comportamento, em como se portar diante das provas. Isso é um grande diferencial da nossa equipe, simplicidade com muito esforço. Ouro será sempre a nossa meta.

P: Como foi apresentado ao esporte e iniciou no BMX?
R.R.: Agradeço muito ao meu pai, que viu que desde pequeno já era completamente apaixonado por saltar montes de terra com a bicicleta. Quando mudamos para Poços de Caldas ele me levou no Parque Municipal para brincar e lá ele me fez a surpresa de me levar na pista de BMX. Meu olho encheu de água e já queria descer no gate, mesmo sem estar com equipamento, mas meu pai não deixou e pediu para eu falar com os ciclistas que já eram da elite brasileira e que estavam treinando por lá no dia. Perguntei se eles poderiam me treinar em troca de treinamentos de Jiu-Jitsu, já que meu pai é mestre. Foi lá que tudo começou. Quero deixar meus agradecimentos a todos que me ajudam e aqueles que me ajudaram durante toda a minha vida esportiva.

P: Como vê o atual momento da categoria no Brasil?
R.R: A evolução é nítida no Brasil e no mundo. Temos grandes ciclistas que estão vindo fortes e com muita técnica. Já existe uma consideração maior com ciclistas brasileiros. Isso é muito importante. Temos ganhado cada vez mais destaque e isso é muito válido. Estamos buscando nosso espaço.