Entrevista: Jefferson de Freitas

Atualizado em 01 de fevereiro de 2011
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Por Tadeu Matsunaga

Neste começo de temporada, o Brasil terá mais um representante no ciclismo italiano. Trata-se do jovem catarinense Jefferson de Freitas, de 18 anos, que após competir pela equipe São Lucas/Giant/Americana ganhou a oportunidade de defender as cores da Garlachese Cycling Team.

O ciclista, que iniciou sua carreira no mountain bike correndo pelo time de sua cidade natal – Concordia (SC) – embarca para a Itália no próximo dia 23 de fevereiro. Apesar de ser uma equipe de base, o bom desempenho de Jefferson pode abrir portas na elite profissional e, quem sabe, revelar mais um brasuca no pelotão.

Prólogo: Como iniciou sua carreira no ciclismo?
JF: Eu tinha cerca de 13,14 anos de idade e comecei no mountain bike. Sempre gostei de pedalar e, pouco a pouco, fui me desenvolvendo no esporte. Consegui bons resultados e chamei a atenção do Maninho, treinador das seleções de base, que me convidou para viajar a Criciúma e treinar sob sua supervisão. Aprendi muito.

Prólogo: Até esse momento, o ciclismo de estrada não fazia parte da sua rotina?
JF: Não, não. Eu competia, até então, apenas no MTB. Também corri pelo time Sundown, de Joinville, onde conquistei os títulos da Copa Internacional e do Campeonato Brasileiro Junior. Também venci provas regionais aqui em Santa Catarina.

Prólogo: E quando aconteceu essa mudança na sua carreira?
JF: Foi após minha chegada ao time de Americana, em 2010. Sabemos das limitações que o ciclismo enfrenta no Brasil. Chegou um momento que tive que escolher, e optei pela estrada, onde acredito que as oportunidades sejam melhores. Conquistei bons resultados e surgiu a oportunidade de competir na Europa?

Prólogo: De que maneira surgiu o interesse da Garlachese?
JF: Tenho um amigo que reside na Itália, na região de Pavia, onde fica a sede da equipe. Ele trabalha como mecânico e auxília no ajuste das bicicletas por lá. Um dia ele me telefonou e disse para mandar meu currículo, pois uma oportunidade tinha aparecido. Depois fiquei sabendo que eles tinham limite de um estrangeiro – vaga ocupada por um ciclista russo. Mas ele ia se desligar do time. Foi aí que começou…

Prólogo: E como encara o processo de adaptação?
JF: Estou ciente das dificuldades. Tem o idioma, o clima, o fuso-horário, a alimentação. Mas a força de vontade e desejo de conquistar meu espaço são enormes. Tenho aulas de italiano e já estou conseguindo assimilar bastante coisa, o que vai me ajudar e muito na minha chegada.

Prólogo: Já teve contato com alguém da equipe?
JF: Sim, o preparador físico já conversou comigo e encaminhou uma planilha de treinos. Tenho treinado bastante aqui na minha região e vou chegar em boas condições lá.

Prólogo: Como se define no ciclismo?
JF: Me considero um montanheiro. Tenho boas características de passista também, mas me sinto bem à vontade nas escaladas.

Prólogo: Quais são seus ídolos no esporte?
JF: A nível nacional, sem dúvida, o Daniel Rogelin. É meu conterrâneo e tem uma grande carreira. Já a nível internacional gosto muito do Alexander Vinokourov. É um ciclista aguerrido, de muita força. Espero ter a chance de encontrá-lo no pelotão. Vontade não irá faltar.