Entrevista: Gideoni Monteiro

Atualizado em 25 de fevereiro de 2011
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Por Tadeu Matsunaga

Um dos ciclistas integrantes do projeto “Revelando Talentos” – idealizado pelo ex-ciclista Luciano Pagliarini – o cearense Gideoni Monteiro sabe que a temporada 2011 é essencial para suas pretensões no ciclismo europeu. Em seu último ano na categoria sub 23, o brasileiro espera obter resultados significativos e que lhe propiciem uma oportunidade na elite profissional do velho continente.

Monteiro assinou com a equipe Brilla-BMC, que possui um convênio com a marca suiça, e aposta em uma grande reviravolta neste ano, com bons resultados que lhe garantam a chance de seguir o caminho de atletas como Murilo Fischer, Luciano Pagliarini, Mauro Ribeiro e, mais recentemente, Otávio Bulgarelli.

Em entrevista ao Prólogo, ele falou sobre as dificuldades na temporada 2010, a expectativa em defender o país nos Jogos Olímpicos e no Campeonato Mundial e o que podemos esperar dele em seu último ano como diletante.

Prólogo: Você completa 22 anos em setembro. São duas temporadas competindo na Itália. Como avalia sua passagem pelo continente europeu?
G.M : É meu último ano de sub 23. Venho de duas temporadas no ciclismo italiano. Meu primeiro ano foi marcado por dificuldades no princípio. Adaptação, a maneira de competir…foi um aprendizado. Quando troquei de equipe ( deixou a Mantovani-Rovigo e migrou para a Marchiol )esperava fazer uma boa temporada. Comecei bem, mas depois tive que trabalhar muito para os companheiros e acabei não aparecendo como esperava. No final de 2010 recebi um convite de poder voltar a trabalhar com meu primeiro técnico e em uma equipe totalmente nova, tendo meu espaço dentro dela.

Prólogo: Disse que na última temporada acabou não aparecendo. Em contrapartida, seus colegas Rafael Andriato e Carlos Manarelli venceram algumas provas. Isso gerou algum incômodo?
G.M: Não. Cada um de nós já mostrou ter potencial o suficiente para conquistar as vitórias. Acredito que as coisas apareçam no momento certo. O mérito é deles, e espero buscar minhas conquistas por aqui também.

Prólogo: É um ano decisivo para seu futuro no ciclismo. Como encara esse desafio?
G.M: Com certeza é um ano decisivo. Estou esperando muito dessa temporada. Tenho alguns objetivos em mente e quero poder chegar no final do ano com eles cumpridos. Já me reuni com a equipe,conversamos bastante a respeito dos projetos e das metas.É um time novo, repleto de ambições e espero poder concretizá-los da melhor maneira possível.
Quero estar bem para sempre que aparecer a oportunidade não deixar passar. Um objetivo que também quero esse ano é representar o Brasil no Campeonato Mundial, no Campeonato Pan Americano e nos Jogos Pan Americanos.

Prólogo: Como vê o atual momento do ciclismo brasileiro?
G.M: O Brasil está desenvolvendo. Tenho certeza que ainda vamos melhorar muito mais. Estive em dois retiros com a seleção de pista no final do último ano e no começo desse. Eles estão com alguns planos de fazer um bom papel no Campeonato e Jogos Pan Americanos. Tenho certeza que, se trabalharem com esse propósito, terão grandes frutos. Na estrada a realidade mostra isso também, que estamos evoluindo.
O país está bem representado lá fora. O Murilo Fischer vive grande fase. Eu, Rafael e Carlos estamos conquistando nosso espaço, e ainda tem o Otávio na elite profissional.

Prólogo: Fischer foi nosso único representante no Mundial. Como vocês receberam a notícia? Poderiam ter defendido o Brasil em Melbourne?
G.M: O Mundial do ano passado nós todos queríamos ter ido. Seria uma grande experiência, mas acabou não dando certo (o Brasil tinha três vagas, porém, utilizou apenas uma com Fischer). O que passou não volta. Agora é pensar no próximo mundial na Dinamarca e saber que temos condições de fazê-lo bem. Em relação a mim, espero retribuir todo o apoio de minha família, meus amigos e de todos que torcem pela minha carreira, principalmente com vitórias.