Ele está só começando

Atualizado em 11 de abril de 2007
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POR LEANDRO BITTAR

Ele é considerado uma das grandes esperanças do ciclismo e, a cada corrida, o espanhol Alejandro Valverde comprova as expectativas, consolidando-se como uma realidade. O título do UCI Pro Tour 2006 foi apenas mais uma confirmação do talento do atleta de 26 anos, que até o ano passado disputava a camisa branca de melhor jovem do Tour de France. Valverde é um dos ciclistas mais polivalentes do pelotão, capaz de lutar por vitórias em grandes voltas e em provas de um dia.

VO2: Quem serão seus maiores adversários na busca das suas grandes metas em 2007?
Eu acho que os adversários não mudaram. Os nomes que se apresentaram em 2006 serão os mesmos que estarão neste ano. Alguns mais fortes nas grandes clássicas e outros competitivos nas provas de etapa.

VO2: Seu companheiro de equipe, Oscar Pereiro, afirmou que lutará desde o início pela vitória no Tour 2007. Como você imagina que será o posicionamento da equipe já que você é o grande líder do time?
Oscar, mesmo que virtualmente até o momento, é o campeão do Tour de France. Ele realizou algo realmente grande. É normal que ele queira vencer novamente no próximo ano. E provou que tem capacidade para isso e eu vou ajudá-lo quando necessário. Ele é um grande ciclista e também um grande amigo, não teremos problemas em relação a isso. Eu penso que a equipe entrar na disputa com dois líderes com chances de vitória é uma vantagem. Com o decorrer da prova, as circunstâncias da corrida mostrarão quem tem mais chances de lutar pelo título. Você nunca sabe o que pode acontecer numa corrida de três semanas. Veja o que aconteceu comigo ano passado! Eu caí com apenas quatro dias de disputa e quebrei a clavícula. Felizmente, Oscar estava lá e salvou o time. E ele fez isso com muita propriedade.

VO2: O que você lembra do dia 30 de junho de 2006. O que você fez enquanto explodia o anúncio da exclusão dos ciclistas envolvidos com o “Escândalo Espanhol” do Tour de France?
O que aconteceu naquele e nos dias seguintes afetou todo o mundo do ciclismo. Eu estava em uma coletiva de imprensa com o meu time, conversando sobre a prova e as nossas ambições quando um grupo de jornalistas chegou ao local e contou a todos o que havia ocorrido. Ninguém podia acreditar no que estava acontecendo.

VO2: Sua ex-equipe, a Comunidad Valenciana, deixou de existir em 2006, também em função do “Escândalo Espanhol”. Quais as maiores lembranças
que você traz da sua passagem pelo time e qual o impacto da extinção da mesma?

Eu prefiro passar para a próxima questão, se você não se importa. Eu passei muito tempo falando sobre a “Operação Puerto” nos últimos meses. O ciclismo é um esporte maravilhoso. Eu gostaria muito mais de falar sobre esporte.

VO2: Você disse que o cazaque Alexandre Vinokourov venceu a Vuelta mais por méritos próprios do que por alguma falha sua. O desempenho dele o surpreendeu?
Não me surpreendeu nem um pouco. Vinokourov é realmente um ciclista muito forte e pode ir bem em etapas planas, de montanha e contra-relógio. Na Vuelta, ele foi simplesmente o melhor. Assim como eu, mas por razões diferentes, ele foi obrigado a esquecer suas pretensões no Tour de France. Nós dois largamos na Vuelta fisicamente inteiros e famintos por competir e lutar pelo título da competição. Ele levou a melhor.

VO2: Como foi chegar tão perto do título mundial novamente (Valverde ficou com o bronze, atrás do italiano Paolo Bettini e do alemão Erik Zabel)? O ouro será sua meta neste ano?
Mesmo não vencendo, estar no pódio do Campeonato Mundial em três participações seguidas é um grande feito e um sinal de que estou no caminho certo. Eu não estou desapontado por não vencer, mas confesso minha esperança de que a medalha de ouro seja minha no ano que vem, em Stuttgart.

VO2: O que você conhece sobre o ciclismo brasileiro e o Brasil?
Eu sei que o ciclismo tem se desenvolvido muito no Brasil e isso é muito bom para o esporte do mundo inteiro. Na Europa, eu conheci melhor o ciclismo brasileiro graças ao desempenho de atletas como Murilo Fischer, por exemplo.

Leia a entrevista na íntegra na edição 16 da revista VO2.