Doping de Landis é confirmado

Atualizado em 23 de abril de 2007
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Por Christian Baines

Segundo informa o site do jornal francês “L´Equipe” na tarde desta segunda-feira, as amostras de urina do ciclista norte-americano Floyd Landis – campeão do Tour de France de 2006 – continham traços de testosterona sintética. Portanto, trata-se de um caso de doping.

As sete amostras recolhidas durante a competição e que não mostraram índices anormais de testosterona em análise anterior foram reexaminadas pelo laboratório francês Chatenay-Malabry. O intuito era conferir se a origem da testosterona encontrada após a 17ª etapa era mesmo exógena.

Ou seja, realizando uma comparação dessas amostras com aquela em que foi encontrado alto índice de testosterona, pode-se comprovar que o hormônio é sintético, e não de origem natural como alegava o atleta. Landis colocou a culpa em diversos fatores, como a ingestão de álcool na véspera da prova, a injeção de cortisona para tratar de lesão no quadril e medicamento contra tireóide.

Caso seja confirmada a artificialidade do hormônio encontrado em sua urina, Landis não terá mais argumentos de defesa na audiência ante a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA), marcada para o dia 14 de maio. Possivelmente, deverá ter o título do Tour de France cassado e ficará dois anos suspenso das competições oficiais.

O outro lado
O ciclista norte-americano criticou duramente o laboratório francês por não permitir que nenhum de seus dois representantes acompanhassem o exame. “Esta é mais uma de uma série de ações mal-intencionadas da USADA em desprezar meus direitos”, disse.

O presidente da Agência Francesa Antidoping (LNDD), Pierre Bordry, reconheceu que não permitiram a presença de representantes de Landis, pois não havia nenhum membro da USADA.

O atleta se disse indignado com a atitude da USADA e da LNDD em ignorar seus direitos civis. “Estou enfurecido pelo comportamento dessas agências, que converteram o caso em um ataque brutal contra meus direitos civis e em um desprestigio da justiça”.

Os representantes do atleta engrossaram o discurso contra as agências de antidoping, alegando que a USADA teve acesso livre ao laboratório durante o imbróglio judicial. “Nos meus anos no laboratório da UCLA, jamais vi algo parecido. Os laboratórios têm muito interesse no resultado desejado pelos seus clientes, no caso a USADA e a LNDD”.

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