Dobradinha da Gerolsteiner

Atualizado em 23 de abril de 2007
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Por Christian Baines

Após rumores de que não participaria da prova devido à uma queda no Volta ao País Basco, disputada uma semana anterior, o alemão Stefan Schumacher (Gerolsteiner) não só esteve presente como venceu a prova clássica Amstel Gold Race. Atravessando um bom momento na carreira, o atleta se beneficiou com a presença do companheiro de equipe Davide Rebellin, que acabou como segundo colocado.

Davide, no pequeno grupo de escapados, forçou o ritmo a três quilômetros da meta e, rapidamente, abriu considerável vantagem. “Eu não consigo acreditar”, conta o alemão. “Com certeza esta é a maior vitória da minha carreira”, disse.

No pequeno pelotão em que contava com a companhia do belga Michael Boogard (Rabobank) – presente no pódio em todas as edições desde 1999 –, do campeão mundial Paolo Bettini (Quickstep), do espanhol Alejandro Valverde (Caisse d´Epargne), do italiano Danilo Di Luca (Liquigas) e do alemão Mathias Kessler (Astana), o destemido Schumacher encarou a montanha de Cauberg com autoridade, sem dar chance aos adversários.

Kessler ainda chegou a acompanhá-lo por um tempo, mas desistiu e acabou perdendo um possível lugar no pódio para Rebellin e Di Luca. O italiano Rebellin ficou a 21 segundos de Schamacher e é o novo líder do ranking Pro Tour. Um segundo mais lento, Di Luca foi o terceiro colocado.

“Nós dois armamos ataques. Davide atacou no Keutenberg e eu fui mais tarde. Eu tinha que forçar antes da subida, porque ele era o cara para o sprint na subida da Cauberg – como mostrou no final da prova. Tive a oportunidade perfeita. Conseguir o primeiro e o segundo lugar é um resultado perfeito”, afirma Schumacher.

O fator sorte
“Às vezes, o ciclismo é louco. Quando se está 100%, as coisas não saem como você esperava, e quando não está 100%, tudo dá certo.” Além de ter ficado quatro dias sem treinar por causa da pancada no joelho sofrida na última etapa da Volta ao País Basco, Schumacher contou com uma pitada de sorte. No final da última subida, o ciclista tomou um susto com a corrente de sua bicicleta e acabou optando por pedalar na coroa grande até o final e deu certo.

“Tive problemas com meu câmbio no topo da subida de Cauberg. Usaria a coroa grande, mas preferi utilizar uma menor. Tive problemas, porém, ao reduzir a marcha e fiquei assustado. Coloquei novamente na coroa maior e fui bem com ela até o fina”, contou.

A despedida de um recordista
Correndo em casa e com a aposentadoria anunciada para o fim de 2007, o belga Boogerd – que, desde 1999, conquistou um primeiro lugar, quatro segundos e duas terceiras colocações nesta prova – viu o sonho do bicampeonato se esvair e teve que se contentar com o quinto lugar. Posição nada desprezível, ainda mais considerando que o campeão mundial, Bettini, e o vencedor do Pro Tour de 2006, Valverde, terminaram na sexta e na sétima colocações respectivamente. Desapontado, bem humorado, Boogerd conseguiu enxergar o lado bom da história. “Estou feliz. Afinal, nunca tinha sido o quinto colocado. Além disso, foi a última vez que encarei esta subida. Estou cansado”, disse.

Classificação – 42ª Amstel Gold Race (252,2 km)
1) Stefan Schumacher (Gerolsteiner) 6h11min49s
2) Davide Rebellin (Gerolsteiner) a 21s
3) Danilo Di Luca (Liquigas) a 22s
4) Matthias Kessler (Astana) a 23s
5) Michael Boogerd (Rabobank) a 24s
6) Alejandro Valverde (Caisse d'Epargne) a 27s
7) Paolo Bettini (Quickstep) m.t.
8) Óscar Freire (Rabobank) a 1min07s
9) Riccardo Riccò (Saunier Duval) m.t.
10) Fränk Schleck (Team CSC) m.t.