Do dente de leite ao juvenil

Atualizado em 14 de julho de 2008
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O interesse da criança pelo futebol surge por volta dos cinco anos. É o que observa Carlos Alberto Dias Pereira, professor de educação física, com especialização em futebol pela USP (Universidade de São Paulo) e técnico de futebol do Esporte Clube Pinheiros.

Por ser atrativo e popular, é um esporte acessível. Assim, a criança pratica atividade física brincando. “Além de estimular a sociabilização e ajudar a lidar com desafios, o esporte fortalece o sistema cardiovascular e desenvolve habilidades de equilíbrio e reflexo”, explica o técnico.

Pereira alerta que, na infância, o organismo está em formação e é preciso cuidados para evitar lesões e nos joelhos, tornozelos e lombar, já que são as partes do corpo mais solicitadas, mas a criança não precisa se privar dos treinos “Para evitar, basta respeitar os limites do corpo em cada fase e adaptar o treinamento”.

Para bater um bolão
Menores de 7 anos – estimular o gosto pelo esporte com, brincadeiras, jogos em campos reduzidos, regras diferenciadas permitindo toques de mão.

Sub 9 (7 a 9 anos) – a prática nessa idade prioriza aspectos psicomotores. Executar fundamentos (passes, finalizações, condução de bola), bolas mais leves e gols com travessão menores. Evitar corridas de arranque.

Sub 11 (10 e 11 anos) – fase do raciocínio. Desenvolver táticas (jogadas ensaiadas, dribles, desarmar ataques), aprofundar fundamentos, corridas de costas. Utilizar todas as regras do jogo.

Sub 13 em diante – fase muscular. Desenvolvimento da força e capacidade aeróbica. Treinos equilibrados entre técnicos e de condicionamento.

Cuidado com a chuteira
A fisioterapeuta e doutora em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Dirceli Angeli, afirma que as travas da chuteira em contato com o gramado forçam os tendões dos pés. “Para as crianças de até dez anos devem ser evitados treinos diários. O uso intenso pode provocar má formação nos pés, o que irá alterar o alinhamento da região lombar, prejudicando a postura e causando dores”, diz a fisioterapeuta.

Como nem todos os adeptos do futebol tem acompanhamento médico, Dirceli aconselha que os pais observem o andar das crianças que jogam na escola ou na rua. “Os tombos e torções freqüentes pode ser um sinal que os tendões estão lesionados”, explica.