Diferenças entre Correr e Correr Longo

Atualizado em 16 de fevereiro de 2012
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A corrida é uma atividade voluntária e determinante para todas as espécies bípedes e quadrúpedes da face da terra. Além destes, há também, alguns crustáceos e demais animais que costumam executar este tipo de esforço físico.
Nosso assunto tratará especificamente da diferença entre correr e correr longo.
É verdade que qualquer pessoa pode correr. É verdade também que correr por curto espaço de tempo, qualquer um é capaz, porém, no decorrer dos últimos 50 mil anos, estamos degradando nossa condição de correr pouco, médio ou por muito tempo.

Por que está sendo criada essa dificuldade?
É verdade que, com o avanço tecnológico, perdemos nossa prática e especificidade de correr. A quase impossibilidade de exercitar-se, pela abstinência de corrida em nossas vidas, é uma realidade cada vez mais próxima de nós.
Então, quando retomamos as funções da corrida, devemos atentar para a verdadeira função orgânica dentro deste processo de exercício físico.
Correr é ativar e equilibrar as funções de nosso metabolismo, que permitem a contração e descontração muscular por espaços de tempo que são determinados e possíveis, pela demanda e pela possibilidade que cada indivíduo é capaz de executar.
Correr é deslocar-se mais rápido do que se anda, em passadas compassadas e determinadas. A corrida pode durar alguns minutos ou alguns quilômetros.
Quando corremos, sentimos o suor se manifestar, a partir dos primeiros minutos de deslocamento, podendo o corredor ficar totalmente molhado, a partir dos três ou cinco quilômetros.
O suor é um requisito para controlar a temperatura interna do corpo, mais baixa e assim manter as funções fisiológicas e físicas, e no nosso caso, para que a corrida seja menos dolorosa e mais veloz.
Quando corremos por aproximadamente uma hora, temos a sensação de que é possível cumprir a distância. O cansaço é administrável e a certeza é cada vez mais forte, na medida em que avançamos os quilômetros rodados.
A certeza de terminar tal distância, está no equilíbrio do metabolismo que garante energia para todas as funções e possibilita o trabalho físico até o final. Um sinal de equilíbrio pode ser sentido pela respiração, que deve ser equilibrada, até o fim da distância percorrida. Precisamos de pouca reposição de líquidos e sais minerais no caso desta distância (isso dependerá de cada organismo, analisado por um nutricionista), lembrando que o fato de não possuir alta necessidade, não desobriga o corredor a repor um pouco de líquidos – antes, durante e depois, evidenciando o compromisso de hidratar-se, seja pela temperatura ou pelo tempo de corrida a que se propôs realizar.
Normalmente, com um café da manhã consistente, é possível realizar dez quilômetros. Este procedimento obrigatório se deve ao fato de normalmente as pessoas necessitarem de alimento para reconstrução das células, reposição de energia física e por fim, a reposição de energia direta para o metabolismo do corredor.
Certamente os prejuízos serão menores, na medida em que se corre em ritmo mais lento e próximo de nossas possibilidades, definidas pelos exames de esteira.

À partir dos 15 km
Já numa corrida maior, a partir dos 15 quilômetros, é possível notar um maior desgaste, variável de individuo para individuo, e pode requerer mais água, mais alimento e como não poderia deixar de ser; mais tempo.
É a partir destas distâncias que sentimos a utilização de metabolismo mais lento, seja pela característica especifica de corredor mais treinado e/ou determinado geneticamente, como o corredor de longas distâncias.
Os corredores de longas distâncias são menos rápidos e mais tolerantes, e tendem a sentir menos desgaste pela distância percorrida. Por outro lado, quando não se está tão treinado, e ele nem possui estas características genéticas, o esforço é doloroso e sofrido.
Na corrida de longa distância, algumas sobrecargas ocorrem em nosso corpo, predispondo os efeitos da baixa resistência, também a dores musculares e até mesmo algumas lesões, que poderão surgir pelo acúmulo de impactos gerados por longo tempo, multiplicado pelo peso corporal e pela falta de condicionamento adequado para cumprir a distância.
Sabe-se que, teoricamente, praticamos uma quantidade de impacto equivalente a duas ou mais vezes o peso de nosso corpo, para cada passada, o que pode levar um corredor de 60 quilos a suportar aproximados 120 quilos em cada passada. Se multiplicarmos este peso pela distância, proporcional ao tamanho de suas passadas, o resultado será gigantesco em quantidades de quilos suportados ao final de determinadas distâncias.
Então compreende-se que possuímos alguns obstáculos naturais, impostos aos corredores, na medida em que expõem à distâncias superiores a 15 km. De onde se conclui: – Mesmo Geneticamente determinados, precisamos de treinamentos duradouros. Por exemplo:
Uma distância maior requer um organismo mais treinado, e favorecido geneticamente. Requer também uma sequência de treinos mais duradoura e especifica para a finalidade escolhida.
Necessita que se conheça as reais dificuldades e possibilidades do corredor, ao escolher determinadas provas a partir dos 42 quilômetros.
Lembrar-se de todas as paradas realizadas no decorrer dos meses de treinamentos, a fim de não ser pego de surpresa pela não conclusão do percurso desejado, e nem tão pouco, pelo surgimento de lesões em suas articulações.
Ter realizado distâncias longas, porém, não necessariamente, as distâncias especificas da prova (como exemplo, levo ao conhecimento de muitos iniciantes que desejam realizar provas de ultra maratona – sem os devidos cuidados – que passam a realizar distâncias idênticas a escolhida, 80 km, por exemplo, quando se escolheu a de 90 km como prova alvo. Ou os 36 km, quando se escolheu os 42 km), levando a desgastes superiores e as vezes, irrecuperáveis até a data do evento escolhido.
É para correr, e não para se pressionar. Avançar no tempo é uma questão de inteligência e nos últimos 50 mil anos, os homens tem provado a sua capacidade de raciocinar.
Da próxima vez, escolha sua prova com critérios.
Bons treinos e ótimas provas!

 

 

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