Descubra o Bike Fit e suas modalidades

Atualizado em 01 de setembro de 2011
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Após quatro anos trabalhando com Bike Fit, vejo uma crescente procura e valorização muito grande do mercado. Muitos procuram este serviço com a finalidade de evitar lesões, eliminar desconfortos como dores na lombar, formigamento nos pés entre outros. Porém, um grande público formado por triatletas, ciclistas e mountain bikers, seja ele competitivo ou não, busca uma posição mais confortável para, a partir dela, obter mais performance.

Pelo fato de cada bicicleta ter uma geometria diferente e por isso ser usada com uma determinada finalidade, o seu bike fit também é diferente. A seguir, listo algumas particularidades de cada modalidade e a principal importância do Bike fit para cada uma.

Triathlon: Um dos mais peculiares, no qual o ajuste não pode ser feito pensando somente na bike em si, mas sim no antes e depois.

– Como a bike vem depois da natação, os membros superiores estão mais cansados, ainda mais com o uso das roupas de borracha, nas quais as pernas praticamente flutuam na água. Por isso, um bom posicionamento no clip de guidão deve ser feito de acordo com o atleta, pois temos que deixar uma postura de conforto e descansar o tronco, ombros e braços, porque após a bike ainda vem a corrida e a postura é crucial, uma vez que correr com dores lombares e um tronco “pesado” irá tirar ou diminuir a economia de movimento da corrida. E mesmo que seja um corredor de performance, esta etapa pode ser dolorosa.

– Normalmente uma posição mais atacada, ou seja, mais para frente do eixo central, é uma característica das bikes e do posicionamento do triathlon. O uso de clip de guidão auxilia no conforto, aerodinâmica, e descansa a postura.

– O uso de sapatilhas com mais aberturas permite que a água da natação não atrapalhe na bike e depois na corrida.
CUIDADO: Ouço muitos comentários do tipo: “O tronco está muito elevado, o bike fit está ruim”. Isto é um grande engano, pois não se sabe o histórico do atleta, se tem alguma lesão ou não e sua flexibilidade. Mas, o mais importante é o que aquela pessoa quer ter como posicionamento. Não é porque você usa uma frente baixa, que os outros também devem. A aerodinâmica é importante sim, mas avalie se para 90/180 km isto fará muita ou pouca influência e se você sustentará aquela posição mais agressiva para depois correr.

Ciclismo: Assim como as mountain bikes, esta é uma das modalidades que mais vem crescendo e também a que tem mais variações no posicionamento, em que podemos ter um pedal mais “agressivo” ou “confortável”, tudo dependerá dos objetivos! A pedalada mais smasher (baixa rotação) ou spinner (alta rotação) e flexibilidade definem bem qual será o possível posicionamento.

– O mais comum é encontrar ciclistas com formigamento na ponta dos pés (linha dos metatarsos e dedos), e a principal causa é o posicionamento dos taquinhos muito para frente, ocorrendo até mesmo perda de potência nos pedais.

– As campeãs são as dores na região lombar, por um selim muito alto ou baixo e, às vezes, um selim muito para frente, não permitindo uma dispersão da tensão muscular ao longo do abdome.

– Os cicloturistas possuem uma frente mais alta, auxiliando nesta posição mais confortável, podendo pedalar por horas, sem sentir dores. Aqui, a aerodinâmica é menos importante.

– Para ciclistas de estrada, uma frente mais baixa permite uma boa aerodinâmica e alavanca para sprints, assim como uma estabilidade maior na roda dianteira.

Mountain Bike: Aqui falamos em segurança, dirigibilidade e performance em subida. Uma vez que temos o perfil do ciclista definido, ou seja, se ele é um smasher ou spinner, de maratonas ou circuitos, competitivo ou recreacional, podemos definir uma altura de selim onde teremos um pedal mais “girado” ou “travado”, que também sofrerá influência de se ter mais segurança na pedalada ou não. A altura da frente da bicicleta interfere na dirigibilidade e na facilidade de se fazer uma subida mais técnica ou não.

– Normalmente uma frente mais baixa auxilia em subidas mais técnicas.

– Aro 29, novidade no mercado Nacional e que vem com um guidão maior para que consiga direcionar melhor a roda da frente. Porém, o original vem em um tamanho maior que o normal por isso o corte dele é algo bem comum, lembrando que ele corresponde ao tamanho dos ombros (distância acrômio-clavicular).

Observações: O mais importante em um Bike Fit continua sendo uma boa conversa analisando os possíveis problemas que o ciclista pode enfrentar, antigas lesões, prevenção das mesmas e um aumento de performance. Lembrando que o conforto traz mais performance.

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