Decisão controversa

Atualizado em 21 de setembro de 2011
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Por Fausto Fagioli Fonseca

O martelo ainda não foi batido, mas a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) pretende anunciar em breve uma mudança no reconhecimento de recordes mundiais femininos em corridas de rua. A entidade aprovou uma menção que diz que apenas as marcas conquistadas em provas exclusivas para mulheres poderão ser homologadas como recordes mundiais, enquanto as marcas em provas com a participação também de homens passarão a ser determinadas apenas como “melhores marcas”.

O procedimento, cuja intenção é evitar que as mulheres consigam melhores tempos ao utilizarem os atletas de elite das provas como “coelhos”, implicaria na mudança de algumas marcas homologadas atualmente, como o recorde mundial da maratona (2h15min25s), que britânica Paula Radcliffe conquistou na Maratona de Londres em 2003. Se aprovado o novo regulamento, esta marca passará, então, a ser reconhecida como a melhor, mas o recorde mundial será de 2h17min42s – também de Paula, em 2005, também na capital inglesa.

A possível mudança, aliás, não agradou duas das principais entidades das corridas de rua: a AIMS (Associação de Maratonas Internacionais) e WMM (Circuito das Maiores Maratonas do Mundo) que, em comunicado, discordaram da decisão da IAAF e disseram que vão continuar admitindo ambas as marcas como recorde mundial. Entre outras coisas, alegaram que “a grande maioria das corridas com mulheres no mundo são mistas” e que “a decisão é confusa, injusta e não respeita a história do esporte”.

Assista abaixo o vídeo em que Paula Radcliffe conquista o recorde mundial dos 42 km, na Maratona de Londres em 2003. Na ocasião, a corredora teve a companhia de um atleta de elite nos metros finais: