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POR ANA PAULA DE OLIVEIRA
As boas notícias para os fãs do alemão Jan Ullrich (T-Mobile) são que ele não está acima do peso, como de costume nesta época do ano, e que seu joelho direito, lesionado no período de preparação no inverno europeu, recupera-se bem.
“Meu joelho passou por um grande teste na Volta da Romandia”, disse o alemão de 32 anos. Sem dores e sem inchaço, problemas que enfrentou após a lesão, em fevereiro, e que pioraram em março. Aparentando descanso, Ullrich falou à imprensa antes do início do Giro d’Italia, na Bélgica, no último sábado, dia 6.
A nem tão boa notícia, como já se podia prever, é que Ullrich, o líder da T-Mobile, veste a camisa número 219 – o último número entre os competidores do Giro. “É mesmo?”, ironizou o alemão, admitindo ser um pouco supersticioso. Brincadeiras à parte, o número não tem nada a ver com o ranking ou com as chances do corredor na prova. O time de Ullrich é o último, em ordem alfabética, das 22 equipes do Giro.
Ironizando sua posição, o alemão enfatizou: “Não importa se sou o último aqui. Vocês conhecem o ditado: o último será o primeiro. O mais importante é ser o primeiro no Tour de France”.
A última boa notícia é que o Tour de France, prova que Ullrich descreveu como seu principal objetivo, está a dois meses de começar, mas esta é apenas a sua segunda competição na temporada, o que lhe rende menos de 700 km de pedalada. A maioria dos competidores possui duas ou três vezes mais quilometragem do que o alemão.
“Não é a maneira ideal de treinar para o Tour”, admitiu. “Eu modifiquei um pouco meu método de treinamento, fazendo um preparo intensivo em janeiro, que me deixou mais em forma do que nunca. Mas meu joelho me trouxe alguns problemas e fiz o melhor que pude. Não foi fácil.”
Com seu histórico de lesões, doença, problemas pessoais e sobrepeso, a estrada que leva ao Tour de France nunca foi fácil e, uma vez lá, o caminho para a vitória sempre foi cheio de pedras e espinhos.
Desde quando ganhou o Tour, em 1997, ele foi o segundo por quatro vezes e, no ano passado, desceu mais um degrau, terminando em terceiro lugar.
“A cada ano fica mais difícil”, ele respondeu. “Mas vou fazer de tudo e dar o máximo de minhas forças para ganhar o Tour neste ano. Obviamente, o trajeto me beneficia por ter longos contra-relógios.”
Ullrich foi evasivo ao responder duas questões: Será agora ou nunca neste Tour de France? Teria desperdiçado seu talento? Talento este inquestionável quando terminou em segundo em 1996 e ganhou no ano seguinte.
O Giro é meramente um treino para ele, que demonstrou cara de pouco interesse quando foi questionado sobre quem seriam os favoritos da prova – Ullrich está mais focado em quem serão os principais candidatos à vitória no Tour.
Se a pressão sobre ele será alta no Tour, deveria ser ausente no Giro. “Eu vou me concentrar no Giro, Basso é o favorito, mas não ficarei olhando para ele o tempo todo. Temos em nosso time atletas de ótimo nível, mas, para mim, vou competir por mim mesmo.”
Assim que o Giro terminar, dia 28 de maio, Ullrich espera ficar uma semana em sua casa na Suíça, continuando seu treinamento até o início do Tour de France, dia 1º de julho.
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