De olho na estrada

Atualizado em 23 de setembro de 2011
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Por Fernando Bittencourt

Com 18 vitórias na temporada, Philippe Gilbert é tido como um dos favoritos para vestir a camisa arco-íris na prova de estrada que será realizada no próximo domingo (25) pelo Campeonato Mundial, embora o belga não se considere como tal. O percurso, que poderia dificultar um pouco a sua vida na disputa, contrasta com a excelente fase e temporada impecável que vem sendo realizada pelo ciclista.

“Se a prova se encerrar com um sprint, creio que será muito difícil para mim, uma vez que a chegada será em uma subida de aproximadamente 500 metros e qualquer ataque um pouco precoce ou tardio poderá ser um grande erro. Às vezes não é tão fácil saber o tempo correto de partir para cima de seus adversários”, disse Gilbert.

Quando questionado sobre sua tática, o belga abriu um sorriso: “Não tenho ideia sobre a hora em que atacarei. No momento certo”. O ciclista ainda falou sobre seus treinamentos e reconhecimento de percurso: “Tentei treinar algumas vezes no local da prova e descobri que se você ataca muito cedo, fracassa no meio do caminho. Se o ataque ocorrer a 300 metros da meta, será impossível cruzar a linha de chegada na primeira colocação”.

O atleta da Omega Pharma-Lotto fez uma previsão sobre o que irá acontecer no percurso de 266 quilômetros em Copenhague, na Dinamarca e aposta em grandes surpresas durante toda a competição.

“Acho que será uma prova com muita velocidade e que, possivelmente, contará com algum vento durante o trajeto. O ideal é iniciar a prova tomando a frente, especialmente nos primeiros 30 quilômetros e então haverá uma dura prova por todo o circuito. Não será um caminho complicado a ser percorrido e todos acreditarão em seus potenciais e chances de título. Muitos belgas podem vencer e é difícil saber que fui o único a ter uma chance, porque o percurso não é tão propício para mim. Posso me arriscar a dizer que terei grandes chances no ano que vem, em Valkenburg, mas neste ano eu não tenho tanta confiança. Nós temos apenas que trabalhar pelo cara certo, realizando uma boa prova como uma equipe e não individualmente. Teremos que conversar ainda e, se um de nós se sentir muito bem, poderá receber uma chance”, disse o ciclista.

Alianças:

O Campeonato Mundial é uma ocasião em que ocorrem muitas intrigas, principalmente envolvendo a lealdade dos ciclistas pelas suas equipes e nações. Rumores de que Gilbert teria feito uma aliança com Thor Hushovd tem ganhado forças em Copenhague, na Dinamarca. Os dois ciclistas serão companheiros de equipe pela BMC, no ano de 2012.

“Li sobre estas especulações no jornal e dei risada. É uma coisa típica desta época do calendário ciclístico e no time dele também há o Edvald Boasson Hagen, que também é um favorito ao título. Portanto, creio que seja mais importante para ele falar antes com Boasson Hagen do que comigo. Ainda somos amigos e tentaremos a vitória, mas ainda não somos companheiros de time. Talvez no próximo ano tudo mude, mas estamos no Campeonato Mundial e temos de defender nossos países e não nossas equipes”, concluiu Gilbert.