De corredor a pregador

Atualizado em 10 de março de 2020
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Por Ricardo Santos*

Visualizem o diálogo:

Um não corredor – Caramba! Você acorda às 5h30 da manhã para ir correr no parque? Mas não está de noite? Que coisa de maluco. Não conseguiria fazer isso de jeito nenhum. Nunca durmo cedo…

Um corredor – Se você levantar às 5h30, dificilmente, às 11h da noite vai estar em pé. Quando você corre, sua vida toda muda… e, na minha opinião, pra muito melhor.

Você, corredor, já tentou explicar para alguém porque treina e participa de corridas de rua?

Explicar qual a motivação de acordar bem cedo para treinar, ou ter essa disposição depois do trabalho, esteja frio ou calor, com chuva ou não?

Explicar que você encontra um monte de amigos e que estão todos de bom humor, a qualquer hora ou com a temperatura que for?

Explicar que nesse grupo amigos se tornam amigos de verdade, que vão juntos, tanto para provas de revezamento, quanto para churrascos nas casas uns dos outros?

Explicar que deixam de viajar para treinar na Aldeia da Serra, com todas aquelas subidas e descidas, na chuva e com lama, só pra poder tomar um ótimo café da manhã que tem por lá e jogar mais conversa fora?

Explicar que você pode correr uma maratona em 4 horas e 40 minutos e achar isso muito legal?

Se já tentou alguma dessas explicações, deve ter sido chamado (como eu já fui algumas vezes), de maluco, de pregador etc.

Comecei minhas “pregações” uns 3 meses depois que iniciei na corrida, e ao longo do tempo, os “cultos” passaram a ficar mais empolgados, com mais argumentos e para mais pessoas.

Lembro-me de uma “passagem”, durante uma São Silvestre, percebi mais uma forma de convencer o “próximo” que correr é sensacional. Durante a prova, além das pessoas que estavam assistindo e incentivando, havia algumas crianças que ficavam com as mãos estendidas para que batêssemos ao passar, aquilo funcionava como um jogo de vídeo-game onde a cada tapinha na mão, recarregava a energia do jogador, no caso eu mesmo. Tem gente que fala que correr desgasta e cansa. Hoje posso afirmar que corro para recarregar as energias. Entendi isso e essa explicação passou a fazer parte do meu “sermão” sobre o “porque começar a correr”.

Hoje, digo aos “irmãos” que a corrida é apaixonante, vicia. Hoje, corro para me superar a cada novo desafio, para vencer a mim mesmo, e a cada treino me sinto melhor. A corrida me trouxe muitos benefícios: melhorou meu condicionamento físico, meu humor e minha auto-estima.

Aleluia irmãos! E até o próximo sermão…

* Ricardo Santos é sócio-diretor da Milk Comunicação Integral e desenvolve projetos de marketing esportivo usufruindo de sua experiência como atleta nas mais tradicionais corridas de rua.