Cuidado com a Pubalgia

Atualizado em 07 de outubro de 2010
Mais em

Por Maurício Belfante

Problema causado pelo uso excessivo e repetitivo da sínfise púbica, a pubalgia é mais uma lesão que ronda a vida dos esportistas, fazendo com que os corredores fiquem até meses sem poder realizar exercícios físicos. Desconhecida por muitos, a pubalgia foi bastante comentada após o jogador de futebol Kaká ficar longe dos gramados durante muito tempo devido à lesão de forma crônica.

Diretamente ligada ao púbis, uma articulação que une os ossos do quadril, a pubalgia é muito mais comum no esporte do que se pensa, inibindo os movimentos de adução, abdução, flexão e extensão da sínfise púbica. “Se o atleta tem o problema da pubalgia significa que ele ultrapassou suas condições físicas, sobrecarregando a região do quadril, deixando a musculatura do local enfraquecida. Se o atleta consegue respeitar e dominar os seus limites, dificilmente terá problemas dessa natureza”, afirma o fisioterapeuta Raul Santo de Oliveira.

Entre os seus sintomas está a forte dor ao realizar um movimento que antes era comum, como correr, chutar, saltar. Porém, o problema é traiçoeiro, já que a dor só aumenta de intensidade quando a doença vai se agravando. “O início da pubalgia é insidioso, já que o problema vai aumentando aos poucos, até o momento em que os movimentos ficam limitados. Com o passar do tempo, as dores que antes se concentravam apenas no quadril, migram para outras partes, como o abdômen inferior e para as virilhas”, explica Isa Bragança, diretora da Cardiomex, especializada em medicina do esporte.

Ao olho nu, a doença pode ser facilmente confundida com outros problemas, como hérnias inguinais, rupturas, infecção urinária e tendinites nos músculos adutores. Ao perceber dores incomuns, vá até um especialista, que irá confirmar os seus problemas e realizará o tratamento mais adequado.

Tratamento e recuperação
O tratamento dessa lesão não é diferente das outras, já que o esportista deverá ficar em repouso o máximo de tempo e será indicado o uso de medicamentos, como os antiinflamatórios, que diminuirão as dores locais. “A recuperação do atleta deverá seguir uma rotina de antiinflamatórios, um repouso até as dores diminuírem por completo e o uso de recursos fisioterápicos, que irão gerar um maior fortalecimento dos músculos abdominais. Não há tempo médio para a volta dos exercícios, já que depende muito dos sintomas e do indivíduo”, diz Isa.

Contudo, o problema pode se agravar com o passar do tempo, necessitando de uma cirurgia no local para a solução da lesão. Essa hipótese pode ser levantada pelos profissionais ao passar de 12 semanas de dor intensa.

Voltando para o asfalto
Após o término da recuperação, chega a hora mais aguardada pelos esportistas: a volta para a execução dos exercícios. Porém, esse retorno não deve ser feito com ansiedade, já que a calma vai ser essencial neste momento.

“O esportista deve retornar gradativamente ao esporte, e não de forma brusca. Deverá usar os alongamentos, as caminhadas e o fortalecimento muscular ao seu favor para voltar o mais rápido possível às condições normais de treino que aconteciam antes da lesão”, finaliza Oliveira.