Corrida com cachorro

Atualizado em 13 de julho de 2009
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Por Fausto Fagioli Fonseca

Ter um companheiro ao lado na hora dos treinamentos pode ser um estímulo a mais para qualquer atleta, além de ajudar na melhora do desempenho. Porém, este acompanhante não precisa ser necessariamente uma pessoa. É cada vez mais comum ver nas ruas e praças pessoas correndo ao lado de cães, tidos como os melhores amigos do homem.

Uma prova da importância dos mascotes para os praticantes do esporte é uma modalidade de corrida bastante praticada na Inglaterra, conhecida como Cani-Cross. Nela, corredores e seus respectivos cães correm juntos, unidos pelo equipamento chamado de waist belt, uma espécie de coleira presa ao animal e à cintura do dono.

As distâncias a serem percorridas são determinadas de acordo com a idade do cão, que, se tiver menos que dois anos, só poderá participar de eventos de até 6 km. Os animais acima desta idade podem participar de qualquer distância, dependendo assim da capacidade de seu dono.

A sintonia entre atleta e cachorro, inclusive, é muito importante durante a prova, como explica Luís Eduardo Tavares, diretor técnico da Equipe de Corredores Tavares. “Antes de tudo, o cão deve estar condicionado para acompanhar seu dono, para que não se canse muito depressa. Tenho o caso de um amigo que corria sempre com seu cachorro, mas um dia o cão sofreu um infarto durante o exercício. Ele era velhinho, mas mesmo assim há de se ter cuidado”.

Por que treinar com eles?
Além de ser uma companhia durante o esforço, a presença do cão durante os treinamentos pode deixar a prática do exercício mais prazerosa e menos maçante, como fala Allan de Menache, treinador do Clube Monte Líbano e diretor técnico da assessoria de esporte Treinamento Inteligente.

“A presença do cachorro pode ser positiva no sentido de ser um companheiro, um amigo que está ao seu lado durante um treinamento mais leve. Porém, se o corredor busca a melhora de seu tempo, por exemplo, eu não aconselho sair com o cão, porque o atleta pode perder um pouco seu foco e ter o desempenho prejudicado.”

“Para a mulher, por exemplo, pode ser interessante, já que correr sozinha, em algumas situações, pode ser perigoso, e um cão ao lado é também uma proteção. Além disso, a companhia do cachorro é estimulante, é um amigo que está sempre conosco”, completa Tavares.

“Pelo uma vez por semana saio para treinar com o Spike. É muito bom para nossa relação e ele sempre fica feliz, mais tranquilo. Só que as pessoas que correm com o cachorro precisam ser conscientes, levar sacolinha plástica e água para limpar a sujeira que os bichos fazem”, alerta Marcela Menezes, 32, psicóloga.

Cuidados
Um dos cuidados que se deve ter é que o cachorro esteja acostumado a acompanhar o dono durante a corrida, como fala Tavares. “O cão deve estar adestrado para correr ao lado do atleta, sem querer disparar na frente, pois senão pode ser prejudicial, e causar algumas lesões na coluna, por exemplo”.

“Além de atrapalhar o foco, como eu disse, nunca sabemos exatamente qual será a reação do cachorro durante o treinamento em um parque, quando se deparar com outros cães, por exemplo. Lesões também podem surgir, já que o corredor está sujeito também às reações do animal”, completa Menache

Nas provas não
Apesar de em algumas provas no exterior ser permitida a participação de cachorros, como é o caso dos eventos da Cani-Cross, no Brasil a presença dos cãezinhos normalmente não é aceita, como explica o organizador de eventos esportivos Paulo Carelli, da Iguana Sports.

“Pode ser perigoso para os corredores em geral, e atrapalha muito o desempenho coletivo. Por isso, no regulamento das provas que organizamos, está explicitado que é proibido correr com cães”.

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