Correr ou não correr? Uma escolha importante

Atualizado em 06 de outubro de 2008
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Por Rodrigo Lobo*

O momento atual – de constante expansão dos eventos esportivos – favorece atletas iniciantes a estrear no asfalto em diversas categorias para participar de corridas de rua, organizadas anualmente no Brasil. Provas expressivas são realizadas semanalmente; equipes de corrida treinam em parques e praças; informações e dicas são divulgadas diariamente em diferentes meios de comunicação.

Quem já começou a correr está usufruindo bastante desse cenário: ruas planas, inclinadas, descidas acentuadas, natureza acolhedora no percurso e, no final da prova, aquela sensação de vitória ao cruzar a linha de chegada, mesmo que não alcance o tempo necessário para um lugar no pódio.

Por outro lado, o atleta que busca motivação para enfrentar pela primeira vez as ruas, limita-se em enxergar com dificuldade o cenário geral: do treinamento à prova. A fuga é a solução mais confortável e fácil a ser tomada. Diversos fatores, como falta de tempo, por exemplo, contribuem para a derrota do atleta sem a chance de se permitir participar de uma única largada. E, quando somados a outros fatores, como, a falta de disposição, dificuldades de acesso a parques, praças ou academias, seja pela localização ou condição financeira, falta de ritmo para correr adequadamente e ainda falta de companhia, o atleta iniciante fica sem fôlego frente a tantos problemas e opta por permanecer no sedentarismo.

Se você também perdeu o interesse pela corrida e se identificou com algumas das situações acima, não fique abalado, pois a maioria da população ainda não descobriu os benefícios da corrida de rua.

Nem sempre receitas prontas para a corrida, disponíveis na mídia, consegue nos impulsionar a fazer algo novo. E, tão pouco, os conselhos de atletas ou amigos sobre as vantagens do esporte são suficientes para nos convencer a iniciar a prática. Por que isso acontece?

A estagnação no nosso dia-a-dia, causada pela chamada “zona de conforto”, ou seja, pelo receio de mudarmos nossos hábitos diários os quais não largamos mão porque já estamos acostumados, é a principal vilã que nos impede de acordar, sair da frente da televisão e do computador e começar a correr. É muito fácil entrarmos sem perceber na “zona de conforto”, que pode ter origem em decepções no trabalho, conflitos conjugais ou forte introversão, por exemplo.

Por outro lado, a saída da “zona de conforto” é extremamente difícil. Para isso, é necessário planejamento e, o mais importante, ação.

O estresse do cotidiano também pode prejudicar a rotina dos atletas que já praticam a corrida. Além de faltar aos treinos, eles não incorporam hábitos saudáveis de alimentação, sono e equilíbrio psicológico à programação diária. Recomendo reflexão sobre a necessidade de mudança de hábitos.

A corrida proporciona muitos benefícios à saúde física, mental e social. A melhor maneira de comprovar cada um deles é começar a correr com determinação. O treinamento de corrida deve ser planejado seriamente e deve acompanhar você ao longo de sua vida.

A partir de agora, ao se encontrar com o seu treinador na rua ou na esteira da academia, reflita melhor sobre os benefícios da mudança antes de fugir do assunto. Encare a sua real limitação, peça auxílio e comece a dar seus primeiros passos em busca de grandes passadas. E lembre-se: essa será umas das atitudes mais importantes de sua vida.

* O colunista Rodrigo Lobo é Bacharel em Educação Física pela Universidade de São Paulo, personal trainer, diretor da equipe Way 2 Run – Assessoria Esportiva. E- mail: rodrigo@way2ruun.com.br, site: www.way2run.com.br, telefone: (0**11) 9909-1551.