Correr de saia é tendência

Atualizado em 10 de dezembro de 2008
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Por Fátima Martin

Na hora de correr, a feminilidade acompanha a mulher nos pequenos detalhes: os cabelos suspensos no rabo de cavalo ou presos na charmosa faixa sobre a franja, batom para dar cor aos lábios e acessórios, como brincos ou anéis. Para a mulher, não existe uma particular ocasião para sentir-se bonita.

Talvez tenha sido esse pensamento que levou a triatleta norte-americana Nicole DeBoom a participar do Ironman Wisconsin, em 2004, usando uma saia, com design criado pela própria atleta.

A skirt é tendência nos Estados Unidos desde o começo deste ano e já foi adotada por mulheres de diversas faixas-etárias para dar mais charme ao treinamento ou à prova. E a questão é: adotar ou não a saia para a corrida?

Além da beleza estética, a skirt que une shorts e saia traz o mesmo conforto dos convencionais shorts justos. No Brasil, essa tendência ainda não se polarizou como nos Estados Unidos. No entanto, as adeptas das skirt já começam a exibir o charme nas academias e nos treinos de corrida em parques.

A chef de cozinha e corredora Bruna Keimich Carotta, 23, é uma das mulheres que faz uso da saia-shorts freqüentemente. “Tenho dois shorts-saia de corrida. O tecido de dry-fit é superconfortável e o short justinho traz mais segurança do que o shorts comum de corrida”, afirma.

Além dessa vantagem, as corredoras também ganharam uma nova opção para a prática da atividade. Para Bruna, que participa de provas de 10 km há dois anos, a saia também serve para outros treinos. “Além da corrida, indoor e outdoor, também a visto para fazer musculação. Como a saia é apenas decorativa, ela não deixa nada à mostra durante o exercício. Sinto-me confortável até para sair da academia com ela”, afirma.

Para Maíza Dias de Araújo, 26, essa tendência aparece mais no treinamento em academias. “Ultimamente, tenho visto mais mulheres de saias fazendo atividades na academia do que em parques ou provas. Mas ainda são poucas as que se arriscam com a nova peça. Tenho duas saias e adotei essa nova tendência há dois anos. Não costumo usar em todos os treinos, porque também gosto de correr com shorts. Mas adoro vestir a skirt, porque ela me deixa mais feminina. Posso dizer que uso e aprovo”, frisa.

Bruna concorda com Maiza: “Indico a saia-shorts a outras mulheres corredoras, porque essa nova tendência traz mais graça e charme à mulher. Além disso, podemos aproveitar a skirt para usar em outras atividades físicas”, conclui.

As marcas no Brasil
Populares, as saias-shorts são desenvolvidas por mais de 15 fabricantes nos Estados Unidos, entre eles Nike, Puma e Adidas. No Brasil, apenas as duas primeiras marcas exportaram a peça até dezembro deste ano.

A skirt da Puma possui saia e short, que são unidos por meio de passantes com a opção de serem usados juntos ou separadamente. O produto possui tecnologia U.S.P (Ultimate Sport Performance), que ajuda no desempenho dos atletas.

Já a Nike fabrica a peça em tecido dry-fit UV protective (poliéster com lycra) e, o shorts interno, com alta compressão, garante mais segurança e conforto durante a prática da atividade.

Visão do consumidor e do mercado
Para Rodrigo Carneiro, diretor comercial da Velocità – loja multimarca em São Paulo – muitas corredoras têm pré-conceito em relação ao uso de saia na corrida. “Já conversei com atletas que tinham a sensação de que a saia limitaria os movimentos durante a prática esportiva, mas na verdade, a skirt é um shorts com cara de saia”, garante.

Para não limitar o movimento, o tecido da peça é semelhante ao das roupas de ginástica feminina. “Grande parte do tecido é composto por fio elástico, de poliéster com lycra, para o dar essa sensação de liberdade”, diz Carneiro, que vendeu quase todas as skirts na tenda montada durante o Circuito de Corrida Vênus, no Jockey Club, nos dias 15 e 16 de novembro.

A atleta e consultora técnica da O2 Luciane Macias, que conquistou o segundo lugar no pódio, 20min48s, na última etapa do Circuito de Corrida Vênus, em São Paulo, usou pela primeira vez a saia em uma competição e a indica para corridas curtas: “A mobilidade da saia é perfeita para o esporte. A sensação é a mesma de correr usando shorts. A skirt que escolhi tem o cós largo, por isso, ela é ideal para corridas de até 10 km. Acima desse percurso, ela pode causar irritação pelo calor excessivo do tecido contra a pele”, afirma.

A Nike exporta apenas um modelo da skirt para o Brasil. Os revendedores da marca apostam na expansão de novos modelos em 2009. “Acredito que a saia-shorts será um produto bem procurado pelas atletas a partir do próximo ano. O leque de opções também deverá estimular as marcas nacionais. Aquelas que conseguem captar as tendências da moda devem lançar produtos semelhantes em 2009”, prevê Carneiro.