Corra contra a osteoporose

Atualizado em 31 de março de 2011
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Por Fernanda Silva

A osteoporose leva à perda de massa óssea, diminuindo a resistência dos ossos e aumentando o risco de fraturas. Sua incidência é três vezes maior em mulheres por diversos fatores. Um dos principais são os hormônios sexuais, presentes na vida da mulher desde a primeira menstruação até a menopausa, quando a queda desses hormônios é mais acentuada e as chances da doença aparecer aumentam.

“O equilíbrio hormonal do estrógeno e da progesterona é indispensável para a atividade osteoblástica (formação óssea) normal” explica o ortopedista Marcelo Soares, da Cardiomex Clínica Médica Desportiva, em entrevista à Revista O2 (edição 84). “Na menopausa, os níveis hormonais decrescem rapidamente, sendo que, de cinco a dez anos após sua instalação, atingem valores insuficientes para manter a homeostase óssea”, completa Soares.

Aí entra a corrida
Não são só as alterações hormonais que podem causar a osteoporose. O sedentarismo, o tabagismo e também o alcoolismo são fatores preponderantes para o surgimento da doença. Por isso, adicionar a corrida no seu dia-a-dia e adquirir um estilo de vida mais saudável ajuda na sua prevenção. “A corrida é um excelente exercício de prevenção e combate à osteoporose, pois o impacto provocado auxilia na renovação celular e na captação de cálcio nos ossos, tornando-os mais fortes e menos suscetíveis a fraturas”, explica Soares.

Além do esporte, uma boa alimentação e banhos de sol irão ajudar na prevenção. “Uma dieta rica em cálcio (derivados de leite, vegetais) e adequada exposição solar, para síntese da vitamina D (tomando, claro, os cuidados para evitar superexposição solar e prejudicar a pele), são medidas importantes”, explica o reumatologista Diogo Souza Domiciano.

É importante salientar que as pessoas já detectadas com a doença precisam de liberação médica para praticar o exercício e deverão focar os treinos de acordo com as limitações do corpo. Principalmente os idosos, que devem ficar alerta devido ao alto risco de fraturas.

Diagnóstico
Por ser uma doença silenciosa, ou seja, que não causa sintomas até ocorrer uma fratura, é preciso ser feita uma análise do paciente para que a osteoporose seja diagnosticada. “O diagnóstico deve se basear na presença de fatores clínicos de risco (como tabagismo, histórico familiar, baixa ingestão de cálcio, sedentarismo etc.), associado com a medida da densidade mineral óssea”, explica Domiciano.

“Para o diagnóstico precoce da doença, antes da fratura ocorrer, utilizamos também a densitometria óssea, que é realizada na coluna lombar e fêmur”, completa o especialista. A reposição hormonal, a administração de cálcio, e o tratamento com outras substâncias, são opções de tratamento feitos após o diagnóstico da doença. Antes disso, a prevenção e a corrida podem ser os melhores remédios.

Pesquisa
Um estudo sobre o tema, realizado em parceria com 75 centros de saúde espalhados por 12 países, aponta que a taxa de incidência anual de fraturas osteoporóticas em mulheres é maior do que as taxas de incidência combinada de ataque cardíaco, AVC e câncer de mama.