<font face= Nos três principais eventos mundiais do ciclismo de estrada (Tour de France, Giro D-Itália e Vuelta a España) as etapas de contra-relógio individual estão presentes, com distâncias entre 39 km (20° estágio da Vuelta a España), 52 km (13° estágio do Giro D-Itália) e 55km (20° estágio do Tour de France).

Um dos nossos últimos estudos envolveu uma técnica chamada eletromiografia, cujo objetivo é avaliar a atividade dos músculos. Esta técnica tem sido amplamente utilizada para avaliar a função dos músculos durante diferentes tipos de exercícios. A aplicação da eletromiografia no estudo do ciclismo é importante para identificar como são exigidos os músculos durante a pedalada.

Atualmente a contribuição de cada músculo já é conhecida e bem descrita nos textos técnicos na área, no entanto, o nosso grupo foi o pioneiro em avaliar a função dos músculos ao longo de uma prova simulada de ciclismo 40 km contra-relógio realizada em ambiente de laboratório.

Avaliamos oito triatletas, com experiência competitiva, que pedalaram 40 km em um ciclo simulador utilizando a sua própria bicicleta. Este equipamento ainda permitiu o controle da potência produzida durante o teste, o que permitiu avaliar como os atletas escolheram o nível de esforço juntamente com outras variáveis fisiológicas.

Com os principais resultados percebemos que os atletas buscaram manter a cadência constante ao longo dos 40 km, incrementando a potência. Em relação as variáveis fisiológicas, ocorreu um aumento na quantidade de oxigênio que os atletas utilizaram durante os 40 km, o que é esperado.

Dentre a atividade dos músculos analisados no membro inferior durante o contra-relógio, apenas o Vasto Lateral (parte anterior da coxa) apresentou alterações na ativação. Este é um dos principais músculos geradores de força e potência na pedalada, pois é um dos responsáveis pela extensão do joelho. Com isso, sua maior ativação pareceu estar relacionada com o aumento observado também para potência produzida pelos triatletas.

Estes resultados indicam que para produzir maior potência durante a pedalada, o ciclista deve se preocupar em possuir os músculos anteriores da coxa com boa capacidade de produção de força. A sobrecarga muscular no ciclismo é determinada pelo próprio atleta, e embora ela aumente com o aumento da intensidade do exercício, o atleta que estiver bem condicionado vai suportar esse aumento na intensidade, conseguindo gerar mais potência, a qual é diretamente relacionada com o tempo para vencer uma prova. Quanto maior a potência média sustentada, menor o tempo para concluir o contra-relógio.
"/>Foto:  Nos três principais eventos mundiais do ciclismo de estrada (Tour de France, Giro D-Itália e Vuelta a España) as etapas de contra-relógio individual estão presentes, com distâncias entre 39 km (20° estágio da Vuelta a España), 52 km (13° estágio do Giro D-Itália) e 55km (20° estágio do Tour de France).

Um dos nossos últimos estudos envolveu uma técnica chamada eletromiografia, cujo objetivo é avaliar a atividade dos músculos. Esta técnica tem sido amplamente utilizada para avaliar a função dos músculos durante diferentes tipos de exercícios. A aplicação da eletromiografia no estudo do ciclismo é importante para identificar como são exigidos os músculos durante a pedalada.

Atualmente a contribuição de cada músculo já é conhecida e bem descrita nos textos técnicos na área, no entanto, o nosso grupo foi o pioneiro em avaliar a função dos músculos ao longo de uma prova simulada de ciclismo 40 km contra-relógio realizada em ambiente de laboratório.

Avaliamos oito triatletas, com experiência competitiva, que pedalaram 40 km em um ciclo simulador utilizando a sua própria bicicleta. Este equipamento ainda permitiu o controle da potência produzida durante o teste, o que permitiu avaliar como os atletas escolheram o nível de esforço juntamente com outras variáveis fisiológicas.

Com os principais resultados percebemos que os atletas buscaram manter a cadência constante ao longo dos 40 km, incrementando a potência. Em relação as variáveis fisiológicas, ocorreu um aumento na quantidade de oxigênio que os atletas utilizaram durante os 40 km, o que é esperado.

Dentre a atividade dos músculos analisados no membro inferior durante o contra-relógio, apenas o Vasto Lateral (parte anterior da coxa) apresentou alterações na ativação. Este é um dos principais músculos geradores de força e potência na pedalada, pois é um dos responsáveis pela extensão do joelho. Com isso, sua maior ativação pareceu estar relacionada com o aumento observado também para potência produzida pelos triatletas.

Estes resultados indicam que para produzir maior potência durante a pedalada, o ciclista deve se preocupar em possuir os músculos anteriores da coxa com boa capacidade de produção de força. A sobrecarga muscular no ciclismo é determinada pelo próprio atleta, e embora ela aumente com o aumento da intensidade do exercício, o atleta que estiver bem condicionado vai suportar esse aumento na intensidade, conseguindo gerar mais potência, a qual é diretamente relacionada com o tempo para vencer uma prova. Quanto maior a potência média sustentada, menor o tempo para concluir o contra-relógio.

Contra-relógio: alta sobrecarga vencida pelo treinamento

Atualizado em 22 de março de 2008
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 Nos três principais eventos mundiais do ciclismo de estrada (Tour de France, Giro D-Itália e Vuelta a España) as etapas de contra-relógio individual estão presentes, com distâncias entre 39 km (20° estágio da Vuelta a España), 52 km (13° estágio do Giro D-Itália) e 55km (20° estágio do Tour de France).

Um dos nossos últimos estudos envolveu uma técnica chamada eletromiografia, cujo objetivo é avaliar a atividade dos músculos. Esta técnica tem sido amplamente utilizada para avaliar a função dos músculos durante diferentes tipos de exercícios. A aplicação da eletromiografia no estudo do ciclismo é importante para identificar como são exigidos os músculos durante a pedalada.

Atualmente a contribuição de cada músculo já é conhecida e bem descrita nos textos técnicos na área, no entanto, o nosso grupo foi o pioneiro em avaliar a função dos músculos ao longo de uma prova simulada de ciclismo 40 km contra-relógio realizada em ambiente de laboratório.

Avaliamos oito triatletas, com experiência competitiva, que pedalaram 40 km em um ciclo simulador utilizando a sua própria bicicleta. Este equipamento ainda permitiu o controle da potência produzida durante o teste, o que permitiu avaliar como os atletas escolheram o nível de esforço juntamente com outras variáveis fisiológicas.

Com os principais resultados percebemos que os atletas buscaram manter a cadência constante ao longo dos 40 km, incrementando a potência. Em relação as variáveis fisiológicas, ocorreu um aumento na quantidade de oxigênio que os atletas utilizaram durante os 40 km, o que é esperado.

Dentre a atividade dos músculos analisados no membro inferior durante o contra-relógio, apenas o Vasto Lateral (parte anterior da coxa) apresentou alterações na ativação. Este é um dos principais músculos geradores de força e potência na pedalada, pois é um dos responsáveis pela extensão do joelho. Com isso, sua maior ativação pareceu estar relacionada com o aumento observado também para potência produzida pelos triatletas.

Estes resultados indicam que para produzir maior potência durante a pedalada, o ciclista deve se preocupar em possuir os músculos anteriores da coxa com boa capacidade de produção de força. A sobrecarga muscular no ciclismo é determinada pelo próprio atleta, e embora ela aumente com o aumento da intensidade do exercício, o atleta que estiver bem condicionado vai suportar esse aumento na intensidade, conseguindo gerar mais potência, a qual é diretamente relacionada com o tempo para vencer uma prova. Quanto maior a potência média sustentada, menor o tempo para concluir o contra-relógio.