Conheça o Deep Running, a corrida simulada em piscina

Atualizado em 21 de maio de 2009
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O exercício no meio líquido é utilizado há muitos anos como forma de reabilitação em corredores. A principal característica da corrida em piscina funda é sua natureza de baixo impacto. Isso tem feito com que esse tipo de exercício seja utilizado inclusive como forma de cross-training (treinamento cruzado) para atletas de corrida.

O Deep running consiste de uma corrida simulada, em uma piscina em que não seja possível tocar no fundo, mantendo a cabeça sobre a água com o auxílio de um dispositivo flutuador (vestimenta ou cinturão). A forma do movimento na piscina deve ser a mais semelhante possível à técnica da corrida terrestre, apesar de existir modificações nos padrões de movimento entre os dois exercícios.

O atleta pode permanecer em um lugar, neste caso sendo ligado a uma corda presa à borda da piscina, executando o movimento sem modificar o local da atividade, ou pode correr livre, geralmente usando o comprimento maior. A corda pode servir para aumentar a resistência, auxiliar na postura mantendo uma posição mais vertical e facilitar a monitoração do exercício.

Existem diferenças significativas nas respostas fisiológicas e biomecânicas entre o deep running e a corrida terrestre. Essas diferenças fazem com que a forma de controle do treinamento no ambiente aquático seja diferenciado ao comumente utilizado no treinamento em terra.

Estudos realizados com corredores de meia e longa distância, num período de seis semanas, com um grupo treinando corrida em terra e outro grupo treinando na piscina. As sessões consistiam de 30min a 90-100% VO2 máx ou 60min a 70-75% VO2 máx, cinco dias por semana.

No final desse período avaliaram-se a economia de corrida, VO2 máx e limiar anaeróbio entre os dois grupos, e nessas variáveis não foram encontradas diferenças significativas entre o treinamento de corrida em terra e o treinamento na piscina.

Esses dados sugerem que o deep running pode servir como uma efetiva alternativa de treino para corredores em terra para a manutenção do desempenho. Muitos utilizam essa forma de treinamento quando estão com alguma lesão, para manutenção da performance e evitar uma queda brusca do rendimento.

Alguns pontos positivos do deep running:

Melhora ou manutenção do condicionamento sem impacto;
Melhora técnica para a corrida;
Controle da temperatura, pois a maior capacidade de transferência de calor no meio aquático;
Recuperação ativa após competições ou treinos mais intensos;

É possível afirmar que o deep running é benéfico para corredores, não apenas como forma de reabilitação física, mas como um meio de treinamento preventivo de lesões, favorecendo o princípio da continuidade do treinamento esportivo.