Conheça e combata a Fasciíte Plantar

Atualizado em 09 de outubro de 2019
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Por Glauber Alvarenga*
Existem diversas lesões que comumente acometem atletas praticantes de corrida, tanto profissionais como os iniciantes. Dentro dessas lesões está a fasciíte plantar, pouco conhecida no meio, mas de grande incidência entre os corredores.

A fáscia plantar é um tecido fibroso que reveste os músculos flexores dos dedos e é responsável por potencializar os mesmos. A fáscia atua aumentando o braço de alavanca, ou seja, amplia a eficiência na fase de impulsão do pé durante a marcha, que é quando o calcanhar se distancia do solo. Assim, tem papel importante no dia-a-dia dos corredores e uma lesão que acometa essa estrutura pode trazer grandes problemas no desempenho e na qualidade de vida dos esportistas

No caso dessa lesão, a fasciíte plantar, como o próprio nome diz, trata-se de uma inflamação da fáscia plantar (planta ou sola do pé). Quando submetida à atividade intensa, ocorrem microrrupturas que levam a processos inflamatórios e, con­seqüentemente, surgimento de dor nesta região.

Os sintomas
O primeiro sinal é sempre uma dor local, na sola do pé, próxima ao arco plantar ou ao cal­canhar, que surge pela manhã, ao acordar. Mas a dor passa logo, com os primeiros passos do dia, pois a fáscia se alonga e, assim, reduz o incômodo. A queixa mais freqüente é que a primeira pisada do dia é sempre muito dolorosa. A dor piora novamente à noite e após a corrida. Caso não seja tratada nessa fase, evolui com dores mais constantes que incapacitam a corrida. Em alguns casos, forma-se até o esporão de calcâneo, uma calcificação dolorosa na base do osso calcâneo.

A dor deve ser combatida com o uso de gelo, fisioterapia ou, até mesmo, medicamentos. Porém, é importante um tra­balho de alongamento e relaxamento da fáscia para o trata­mento dessa lesão e prevenção de futuras recidivas.

O alongamento dos músculos da panturrilha deve ser re­alizado freqüentemente não só com a perna estendida (para alongamento dos gastrocnêmios), mas também com a perna semiflexionada (para alongamento do músculo sóleo), além do alongamento dos músculos flexores dos dedos. O alon­gamento tem papel importante, pois deixa a fáscia mais flexível e, conseqüentemente, diminui o número de microrrupturas.

Além dos recursos eletroterapêuticos como ultra-som e laser, a fisioterapia atua na liberação miofascial, diminuindo as retrações da fáscia e melhorando a dor. Após o tratamento e a melhora do quadro, é importante a manutenção de alon­gamentos e a escolha de calçados próprios para seu tipo de pisada a fim de que não aconteçam recidivas.

* Glauber Alvarenga é fisioterapeuta especialista em músculo-esquelética, terapia manual e reabilitação de joelho e quadril pela Santa Casa de São Paulo. Atua no instituto Vita.