Colucci fala sobre sua temporada e prêmio do COB

Atualizado em 21 de dezembro de 2010
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Onze anos após seu primeiro triathlon, o jovem de 25 anos da cidade de Descalvado, interior paulista, tornou-se o melhor triatleta do país em qualquer que seja a distância. Hoje Reinaldo Colucci, ou simplesmente Colucci, como é conhecido pela mídia especializada e pelos seus colegas de triathlon, alcançou várias conquistas: foram várias vitórias em campeonatos panamericananos, etapas de Copa do Mundo, participação nos mundiais de Ironman e Ironman 70.3 e até a Olimpíada de Pequim no ano de 2008.

A história começou quando seus pais o inscreveram em um projeto de iniciação esportiva, chamado Projeto Criança, aonde, desde então, o garoto de apenas 10 anos de idade na época pode praticar as mais diversas atividades físicas.  Até ser descoberto inicialmente na natação, quando seu primeiro técnico, o instrutor Fernando Fila, o colocou na natação competitiva, em que ficou por pouco mais de um ano. Depois disto, o projeto teve que passar por uma restruturação e seu antigo técnico teve que mudar de clube. Reinaldo foi junto e desde então passou a se dedicar somente a natação e aos estudos, com sessões de treinos que variavam de quatro a cinco vezes por semana.

No ano de 1999, o clube no qual Reinaldo treinava se uniu à equipe adversária da cidade, comandada pelo conhecido treinador de triathlon Antonio Carlos do Amaral, o Calí. Por sua vez, o técnico organizava uma prova de aquathlon (natação + corrida) no Sesc de São Carlos e como de costume colocou todos seus alunos para participar. Colucci foi lá e ganhou a disputa, passando a ficar sob os olhares atentos do técnico Calí.  Nascia então uma parceria de sucesso que dura até os dias de hoje.

Hoje com 25 anos, o melhor triatleta do país se divide entre os treinos e competições e a difícil função de ser pai, como ele mesmo diz. “O difícil torna-se prazeiroso, pois o pouco tempo que tenho para ficar com a Luana e a Mari (esposa) acaba sendo muito especial”, falou Colucci, que é casado com a ex-triatleta olímpica Mariana Ohata e juntos tiveram uma filha chamada Luana, há pouco mais de um mês.

O atleta do ano pelo COB

O ano de 2010 foi definitivamente o melhor da carreira do atleta. Mesmo não obtendo sucesso no Ironman Brasil e não disputando o mundial de Ironman realizado na ilha de Kona, Havaí, o jovem triatleta quebrou um jejum que duravam 12 anos. 

Desde 1998 que um brasileiro não vencia uma etapa de Copa do Mundo da ITU (International Triathlon Union – os únicos brasileiros a vencerem uma etapa destas foram Leandro Macedo e Alexandre Manzan) e Reinaldo venceu a etapa da Hungria neste ano. Outras vitórias importantes como o Ironman 70.3 de Pucon, com direito a quebra de recorde, as duas etapas do Pan American Cup (México e Equador) e inúmeros outros pódios e conquistas o fizeram merecedor de ter sido eleito o atleta do ano pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), com entrega do troféu na noite desta última segunda-feira (21/12), no Rio de Janeiro.

O COB premiou 47 categorias premiadas, todas modalidades olímpicas, que foram julgadas e avaliadas por um juri composto por jornalistas, dirigentes, ex atletas e personalidades do esporte, tudo isso com peso de 50% ao final da eleição, os outros 50% restantes foram por meio de votação pela Internet.

Reinaldo Colucci conversou com exclusividade com o ativo.com sobre sua temporada e o prêmio do COB.

ativo.com – Apesar de ter conseguido um feito que um brasileiro não conseguia desde 1998, você esperava ser eleito o atleta do ano pelo COB?

Reinaldo Colucci – Eu acho que os meus resultados num total me favoreciam a ser eleito o triatleta do ano, além da vitória na copa do mundo da Hungria, eu também sou o brasileiro melhor colocado no ranking olímpico e também com maior número de pontos no ranking nacional, então creio que foi um prêmio justo.

ativo.com – Alguma coisa mudou em sua carreira desde que foi eleito pelo COB, como novos contratos e convites para provas internacionais?

Reinaldo Colucci – Ser eleito o melhor de seu país na sua modalidade é algo que sem dúvida engrandece qualquer profissional em qualquer área que trabalhe, no meu caso não foi diferente, a minha imagem como atleta se valorizou em todos os aspectos, seja com patrocinadores, com organizadores de evento e também com o público em geral.

ativo.com – A Luana nasceu há pouco mais de um mês. Conte nos como foi vivenciar ao lado da Mariana todo o processo de gestação, e o que isso atrapalhou na rotina dos treinos e das competições.

Reinaldo Colucci – Esse tem sido um momento muito especial na minha vida e também da Mariana, no meu caso o sacrifício fica muito mais no que se refere a ausência e a preocupação de muitas vezes ser obrigado a estar longe da Mari e da Luana. Na parte física, como noites sem dormir ou tempo que eu tenho que dispor para ficar cuidando da Luana é um tempo muito menor se comparado com as tarefas da mãe, então a alegria de estar me dedicando a minha filha torna as atividade bastante prazeirosas, porém, no caso da mãe o “bicho pega”, não posso deixar de enfatizar o quanto a Mari tem que dispor muito mais tempo e trabalho do que o “paizão” aqui, tudo isso por que existem coisas que apenas a mãe pode resolver, e a Mari tem se saído ótima como mãe de primeira viajem.

ativo.com – Quais seus objetivos para a próxima temporada?

Reinaldo Colucci – Meu principal foco em 2011 será correr mais provas do circuito WCS mundial para estar cada vez mais me comparando com os melhores atletas do mundo e poder assim corrigir falhas. As minhas principais provas serão os Jogos Mundiais Militares que acontece no Rio de Janeiro em Julho e os jogos Panamericanos no final de Outubro.