Por Daniel Balsa
Neste domingo, 8 de maio, será realizada a Monterrey ITU World Cup, no México, valendo pontos para o ranking que será utilizado para estabelecer quem serão os triatletas que irão ao Pan-Americano de Guadalajara e aos Jogos Olímpicos.

A menos de uma semana da prova, muita polêmica ainda cerca a participação brasileira nesta etapa da WCS. Ao não ver seu nome na lista de inscritos, Mauro Cavanha iniciou uma campanha em seu blog, divulgado pelas mídias sociais, de que a vaga era de seu direito.

O Prólogo falou com o triatleta, que reinvidicava a vaga que, ao seu ver, era de seu direito. Mas antes de entrar nesses detalhes, vamos explicar melhor o caso. O Brasil, no caso a CBTri, tem direito a inscrever seis atletas por prova e tem se baseado no ranking olímpico para preencher essas vagas – os seis melhores brasileiros são Reinaldo Colucci, Diogo Sclebin, Bruno Matheus, Juraci Moreira, Fábio Carvalho e Danilo Pimentel.

Com a desistência de Bruno Matheus, Cavanha, o sétimo colocado, acreditava que a vaga seria sua. Igor Amorelli, triatleta do projetos de alto rendimento da CBTri, e que não tem pontos neste ranking, foi o convocado.

Em entrevista ao Prólogo, Cavanha reclamou que esse processo de substituição não é bem claro e, após ser perguntando, apontou que pode estar sofrendo algum tipo de perseguição. “Infelizmente eu acredito nessa possibilidade (de complô). Não sei se devido à minha forte personalidade, de sempre estar criticando a Confederação ou por apenas não acreditarem no meu sucesso profissional – aqui me refiro a diretoria técnica”, falou o triatleta.

A CBTri também foi contatada pela reportagem do Prólogo, que explicou a sua versão do caso. Marco Antônio La Porta, diretor-técnico da entidade, lembrou que a CBTri sempre permitiu a participação de Cavanha nas etapas da Copa do Mundo, exemplificando a participação dele em Mooloolaba (AUS) e Ishigaki (JAP), mas que o planejamento da comissão técnica – formada por ele, o técnico português Sérgio Santos, medalhista de prata em Pequim com Vanessa Fernandes, e Antônio Carlos Gomes, consultor técnico do COB – era a de utilizar um triatleta de algum projeto de alto rendimento.

“Vários fatores foram levados em conta na decisão, inclusive a possibilidade da vaga ser dada a um atleta que não fizesse parte dos projetos da CBTri, mas entendemos que, no momento, é hora de dar uma oportunidade ao Igor (Amorelli), que nunca disputou uma Copa do Mundo. As mesmas chances que o Mauro alega ter para os Jogos Panamericanos que são mínimas, o Igor também tem já que a diferença entre eles é de apenas 16 pontos”, disse La Porta.

“Fundamentalmente é uma questão técnica, onde um atleta não foi selecionado e julga ter um direito que não tem. São opiniões diferentes sobre um mesmo assunto. Ele diz que a vaga é dele e a CBTri diz que a vaga é do Brasil”, completou.

Porém o caso teve uma reviravolta e tanta! Em seu blog, Mauro Cavanha anunciou que irá disputar a WCS de Monterrey. Ele disse ter recebido um e-mail da CBTri avisando que Igor Amorelli teve uma lesão diagnosticada e que não poderá competir. A entidade optou por levar Mauro para a competição em detrimento aos triatletas do projeto de alto rendimento.

Cavanha, que está treinando nos Estados Unidos, aproveitou para agradecer aqueles que apoiaram sua campanha, mas ressaltou que não acredita na história da lesão. “Disseram isso para não dar o braço a torcer”, finalizou.