Calor e animação na 9ª Volta da Pampulha

Atualizado em 05 de fevereiro de 2020
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Participantes elogiam a beleza do percurso e o alto astral de uma das provas mais importantes, e quentes, do Brasil

 

Por Cristiane Assis

 

A alegria contagiante dos cerca de cem mil expectadores e a beleza do cartão-postal de Belo Horizonte foram a contrapartida ao calor que tradicionalmente castiga os corredores na Volta Internacional da Pampulha.

 

A vitória na elite masculina ficou com o mineiro de Sete Lagoas, Franck Caldeira, 24. “A prova parece fácil por ter um percurso plano, mas é difícil: é preciso ter tática para correr e hoje o forte calor também interferiu”, declarou o agora tri-campeão da prova, com seu sorriso largo e sincero.

 

Caldeira venceu com o tempo de 53min13s, seguido por Paulo Almeida, 54min04s, e pelo queniano Kiprono Chemwolo Mutai, 54min11s.

 

Na elite feminina, a queniana Nancy Kipron, 28, que participava pela primeira vez, liderou com 1h02min41s. As brasileiras vieram atrás: Marizete de Paula Rezende, 01h02min50s, em segundo lugar, e Lucelia de Oliveira Peres, que alegou problemas respiratórios para ter ficado na terceira colocação, com o tempo de  01hr03min08s.

 

Forno mineiro

E se a temperatura (por volta dos 30°C, com muita umidade) exigiu determinação dos atletas, imagine dos amadores. Os dez mil corredores precisaram de fôlego extra para completar os 18 quilômetros, principalmente depois do km 12, momento crucial da prova.

 

“Largar às 10h por causa da transmissão na televisão é um absurdo. É preciso respeitar os participantes. Em 2006, largamos às 9h20 e foi muito mais agradável. Neste ano, tiveram muitos atendimentos médicos, eu vi um homem cair na minha frente”, criticou Heleno Fortes, da HF Assessoria Esportiva.

 

Felizmente, havia mais de 12 ambulâncias posicionadas, 180 profissionais médicos, e não faltou hidratação para os corredores – foram distribuídos 210 mil copos de água. 

 

“Eu segui o conselho do meu treinador de manter sempre um copinho de água comigo e me dei bem. Quando não estava com sede, jogava na cabeça com o cuidado de não molhar os pés”, contou Gustavo Longo, 43, bancário, que adorou sua primeira Volta da Pampulha.

 

Além do quesito hidratação, a organização do evento foi considerada boa na entrega eficiente dos kits, na segurança no local, com mais de 300 policiais, e pela tranqüilidade no controle do trânsito de carros na região.

 

Divisão por ritmo

Já a eficiência da largada por ritmo de prova dividiu os corredores. Algumas horas antes, muitos ainda perambulavam sem entender onde se posicionar e a confusão foi amenizada com explicações do locutor.

 

Como toda novidade requer adaptação, a largada por ritmo foi positiva na opinião de muitos treinadores e dos corredores mais antenados: “Achei rapidamente meu local e, para mim, tudo está bem orientado e estruturado”, declarou Márcia Maria Magalhães, alongando-se tranqüilamente pouco antes da largada.

 

“Cada evento é um prazer, uma realização. Estou muito feliz com o sucesso da IX Volta Internacional da Pampulha”, declarou Thadeus Kassabian, diretor de Operações da Yescom, organizadora da Pampulha.

 

E pelo jeito, os participantes também. A alegria do evento foi simplesmente contagiante.

 

:: Serviço

IX Volta Internacional da Pampulha

Data: 02 de dezembro de 2007

Horário: 10h

Distância: 17,8 km

Clima: ensolarado

Temperatura: 28ºC (média)

Umidade: 50% (média)

Postos de hidratação: 10 (nove no percurso e um na chegada)

Valor da inscrição: R$ 45

Vencedores:

:: Masculino

1º Franck Caldeira de Almeida – 53min13s

2º Paulo Roberto de Almeida Paula – 54min04s

3º Kiprono Chemwolo Mutai – 54min11s

:: Feminino

1ª Nancy Jepkosgei Kipron – 1h02min41s

2ª Marizete de Paula Rezende – 1h02min50s

3ª Lucelia de Oliveira Peres – 1h03min08s