Brasileño

Atualizado em 16 de janeiro de 2009
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Por Felipe Vilasanchez

Após competir, aos 19 anos, pela equipe aspirante espanhola Alcosto, da profissional Relax Fuenlabrada, o ciclista argentino Francisco Chamorro foi convidado para participar da equipe Caloi/ Extra/ Suzano (atual Flying Horse/ Caloi/ Suzano) aos 20 anos. Desde então, o ciclista, que está se naturalizando brasileiro, vem construindo uma sólida carreira como sprinter, tendo entrado para a Scott/ Marcondes César/ Shimano/ São José dos Campos no dia 1º de janeiro, depois de quatro anos na Sundown.

Prólogo – Como você começou a competir no Brasil?
Eu cheguei em 2002, convidado pela Confederação Brasileira de Ciclismo para participar do Torneio de Verão. Mas nessa época eu corria pela equipe Alcosto, da Espanha, e recebi uma proposta da equipe Caloi/ Extra/ Suzano. Achei a proposta interessante e entrei para a equipe.

Prólogo – E como foi começar a correr aqui?
Chamorro – Quando eu cheguei aqui, eu terminava a corrida e pulava na praia. Queria terminar a prova para ir para a praia. Lembro-me de uma corrida que eu caí, aí minha bicicleta quebrou, carreguei ela nas costas e encostei no carro da equipe, larguei a corrida e fui para a praia.

Prólogo – Por que você decidiu se naturalizar brasileiro?
Chamorro – Minha esposa é brasileira,então tenho que tomar jeito né. Mas eu decidi pela naturalização por que eu vivo mais, vou só duas vezes por ano para a Argentina visitar minha família e fazer uma ou outra preparação, mas eu gosto muito do Brasil, então decidi ficar aqui. E no Brasil o ciclismo está evoluindo muito. Tem empresas que apóiam bastante o esporte, e esse foi outro motivo que me fez escolher o Brasil. Espero que o ciclismo aqui continue crescendo.

Prólogo – Já está bem adaptado ao país?
Chamorro – Já estou super adaptado.

Prólogo – Mas no futebol você torce pelo Brasil ou pela Argentina?
Chamorro – No futebol não torço nem pelo Brasil, nem pela Argentina.

Prólogo – Qual é a principal diferença que você vê entre o ciclismo no Brasil e na Europa?
Chamorro – Acho que na Europa, depois do futebol, vem o ciclismo. É o esporte número dois, e é muito valorizado na Europa. Espero que um dia na América seja a mesma coisa que na Europa. E eu espero que as equipes brasileiras sejam profissionais como na Europa, com muita estrutura.

Prólogo – Você acha que o ciclismo brasileiro está no caminho certo?
Chamorro – Está indo. Aos poucos, mas está indo.

Prólogo – Recentemente, você deixou a Sundown e foi para a Scott. Por que você trocou a liderança de uma equipe grande, por uma equipe ainda maior, mas onde você precisa trabalhar para outro ciclista?
Chamorro – Na verdade, a Scott já me chamava há vários anos, mas eu gostava da Sundown. Decidi mudar para ver como é, e também por que o Carlinhos (técnico da Scott) cobriu minha proposta, então não teve jeito, tive que ir embora. E também a Sundown só corre provas aqui no Brasil, e para mim é muito interessante participar de provas na América e Europa, como a Scott participa. Mas a Scott não tem isso de liderança. Quem está melhor vai para a chegada e se dá para fazer uma dobradinha a gente faz, se não dá, um tenta garantir a primeira colocação.

Prólogo – Na Copa América, você não comemorou a vitória na linha de chegada. Você sabia que tinha ganhado?
Chamorro – Na realidade eu não sabia que o Nilceu estava na minha roda, eu só vi que era ele quando cruzei a chegada, eu achei que ele era outro corredor e por isso continuei pedalando no máximo.

Prólogo – Por que você não foi para o Tour de San Luis e para o Giro Del Sol?
Chamorro – Eu não fiz uma preparação para o Tour de San Luis, fiz uma preparação específica para a copa da republica e a copa America, que serviu também para o Mundialito. E eu também não fui para o Giro Del Sol por que é muito próximo do Tour de San Luis, só dois dias, então dão prioridade para os atletas que já estão na Argentina.

Prólogo– De quais provas internacionais você participará neste ano?
Chamorro – Nossa equipe vai participar do Tour de San Luis, e da Volta do Chile, que eu não vou disputar. Minha próxima competição será a Volta do Uruguai, para a qual eu já estou me preparando. Também fomos convidados para participar para o GP de Nova York, em primeiro de maio, para o qual já estamos fazendo nossa preparação.

Prólogo – O que você espera para essa temporada?
Chamorro – Já comecei com o pé direito, né? Vou continuar trabalhando. Foram apenas duas corridas e tem mais de cem pela frente. Então eu vou seguir treinando e me superando cada vez mais a cada dia, para trazer mais títulos para minha equipe.

Prólogo – Você pretende voltar a correr na Europa?
Chamorro – Por enquanto, pretendo continuar aqui, mas se tiver uma proposta de outra equipe, não sei o que pode acontecer. E neste ano, as outras equipes ficarão de olho na nossa, e eles podem fazer uma proposta.

Prólogo – Como é o treinamento da Scott? Vocês treinam todos em São José dos Campos? Ou cada um na cidade onde mora?
Chamorro – Quando a prova é importante, ficamos umas duas semanas concentrados todos juntos, treinando, fazendo treino especifico, e também a cidade fica pertinho de Campos do Jordão, então sempre subimos a serra. E a estrada é legal, não tem poluição, não tem transito. É muito legal.

Prólogo – Agora que você e o Nilceu estão na mesma equipe, como é a relação de vocês?
Chamorro – As disputas sempre ficavam entre Sundown e Scott, eu e o Nilceu, e agora não tem mais graça, nós dois estamos juntos.