Bikes do Tour de France X Etapas

Atualizado em 10 de julho de 2009
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Se fossemos relatar o inicio de tudo teríamos que começar contando as histórias de quando o Tour de France tinha poucos participantes e não passava de uma publicidade do jornal “L`Auto” em percorrer 2428km em 19 dias e por seis etapas pela França de bicicleta, hoje consideradas pesadíssimas, feitas de aço, sem mencionar que não havia carros de apoio como existe hoje, portanto os pneus tubulares (sem câmara) eram levados entrelaçados no tronco dos próprios corredores, que contavam com o apoio dos moradores das cidades por onde passavam.

Desde o início do Tour de France, em 1903, muitos fatores mudaram como: percurso, regras, roupas, organização e principalmente a bike e seus componentes. E falando sobre as bikes do Tour assim como as do Giro da Itália, Volta da França e outras provas da UCI (União Ciclística Internacional), estas, eram de aço e sem câmbio, passaram por mudanças e avanços como o alumínio, scandium, algumas composições como alumínio e carbono até que encontraram o que sempre quiseram: Rigidez – Leveza – Conforto – Durabilidade, e com ele, o carbono, foi justificado o sucesso nas principais provas e vendas nas lojas de bicicleta mundo a fora. Não bastasse isso, hoje muitos materiais da bike como rodas, mesa, guidão, canote, pedivela, pedais tem ao menos um pouco de carbono.

Qual a vantagem do Carbono? Principalmente o conforto, pois sua principal qualidade é a absorção da vibração que a bike sofre nas estradas. O peso, com certeza é uma diferença grande, pois é mais leve. Quanto à rigidez, ainda é uma característica em aperfeiçoamento por parte dos fabricantes.

Configuração das bikes X Etapas

Contra Relógio – Preferência por aerodinâmica, lembrando sempre do peso. As bikes de contra relógio, como são chamadas, nem sempre são super leves, pois o que mais importa é a velocidade constante que ela tem que produzir. A aerodinâmica nestas bicicletas é o grande “x” onde as empresas gastam muito dinheiro em túnel de vento para testes.  São equipadas com guidões/clip integrados e com diferentes posições para o apoio dos braços para manter o conforto e aerodinâmica e rodas de perfil alto, que aumentam a performance.

Normalmente são bikes boas de passo (ritmo/velocidade constante) e não tão boas de retomada de velocidade nem subida por terem uma traseira mais alongada. Por isso que em contra relógio com algumas subidas podemos ver os ciclistas usando bikes de estrada por serem mais ariscas e leves, porém usando clip de guidão.

Etapas Planas – Nestas etapas, muitos modelos e configurações são usadas, porém sempre são os modelos de estrada e nunca os de contra-relógio. Não podem pesar menos que 6.80Kg, por isso os mais baixinhos muitas vezes tem que colocar lastro na bike, pois de acordo com a UCI este é o peso mínimo a ser utilizado.

Quanto à configuração das bikes, muitas vezes nestas etapas a preferência está para o sprinter que faz muita torção na bike, assim então exigindo muita rigidez e velocidade. Já para o restante da equipe algumas vezes a bike tem um perfil mais de conforto do que agressividade como numa etapa de subida, pois a meta é completar a etapa e acabar bem para o dia seguinte.

O perfil destas máquinas é como estamos acostumados, são bem leves, todas de carbono selins macios e anatômicos e rodas de perfil médio a alto, depende da altimetria e vento do dia.

Etapas de Subida – Em etapas de subida, tudo é questão de peso. Alguns ciclistas (montanhistas – especializados em subida)  tem bikes especiais, com medidas diferentes deixando-as mais agressivas e leves, alguns modelos não chegam nem a ter o suporte de caramanhola  no “seat tube” (tubo que vai do selim ao movimento central), deixando mais rígida e ignorando a necessidade de uma caramanhola que o atleta nem usará para não pesar ainda mais. As rodas são de perfil baixo, de carbono por serem leves e rígidas e guidões ergonômicos.

Estas são algumas das principais características da bike de um ciclista do Tour de France, muitas vezes queremos copiá-los, mas temos sempre que lembrar que eles trabalham com isso, logo precisam de suas máquinas bem equipadas e às vezes tendo que abdicar do conforto para terem performance. Se você gosta e quer ter uma bike igual aos prós, faça isso! Mas lembre do seu conforto, que é fundamental.