Bia e Fábio Nascimento

Atualizado em 04 de abril de 2008
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Por Odara Gallo

De uma despretensiosa corridinha no parque surgiram dois campeões da corrida de rua: Bia e Fábio Nascimento. Há 11 anos, ele trabalhava como montador em uma fábrica e praticava corrida no Parque do Carmo, em São Paulo, apenas para promover a saúde e o bem-estar. Mas já chamava a atenção entre os amadores e foi aconselhado a procurar um treinador. “Participei da Corrida de Reis de São Caetano sem nenhum preparo especial e consegui fazer em 36min. Foi aí que entrei para um clube e, em três meses, consegui baixar o tempo para 32min50s”, lembrou Fábio.

A idéia de trazer a esposa para a corrida veio em seguida. Fábio com 19 e Bia com 18 anos começaram a participar de competições e cresceram na carreira como atletas. “Tive que deixar o meu trabalho para me dedicar ao esporte”, contou Fábio. Bia era estudante e sempre gostou de praticar esportes. Aceitou o convite do marido e participou do estadual juvenil de atletismo. “Fiquei em terceiro lugar nos 3 km e consegui o índice para o brasileiro. Foi aí que percebi que o esporte poderia me dar frutos. Essa competição foi a mais marcante”, contou a atleta, que tem 36min como o melhor tempo dos 10 km, já o marido ostenta a marca de 30min20s.

O estadual juvenil também marcou a carreira de Fábio com o terceiro lugar e a classificação para disputar o campeonato com os melhores atletas do país, mas outra competição também é lembrada com muita emoção pelo corredor. “A Meia de Buenos Aires de 2006 marcou muito, pois um argentino e eu cruzamos a linha de chegada ao mesmo tempo. Nós dois fomos considerados campeões dessa corrida. Se um de nós tivesse ganhado, seria apenas mais uma, mas o fato dessa chegada tornou algo especial”, disse Fábio.

Hoje, o esporte aproxima ainda mais o casal. Eles treinam juntos e têm até um site com informação dos dois (www.casalnascimento.com). “Os papos aqui em casa são sempre sobre corrida. Falamos de estratégia de treino, provas e objetivos”, falou Bia. Aqueles que pensam que a rotina parecida atrapalha o relacionamento está enganado. “Nós damos força um para o outro. Às vezes, passo por ele e dou algum toque de postura: ‘abaixa a mão!’, ‘olha o braço’. E ainda ficamos juntos nas provas, o que incentiva muito”, completou.

Enquanto Bia foca as provas de 10 km, as quais costuma vencer ou, no mínimo, subir ao pódio, Fábio pretende agora treinar para as meias. “Vou fazer a da Corpore e talvez a de Buenos Aires. Mas como estou voltando de lesão, preciso ver como meu corpo vai reagir nesse primeiro semestre para planejar o segundo”, explicou.