Por Cesar Candido dos Santos

Acostumado a receber máquinas potentes, neste domingo, 16 de novembro, o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, foi palco da Maratona de Revezamento Ayrton Senna Racing Day, que homenageia um dos maiores ídolos do esporte brasileiro e tem os recursos arrecadados com as inscrições destinados aos programas educacionais desenvolvidos pelo Instituto Ayrton Senna em todo o país.

A prova foi disputada por equipes de 2, 4 e 8 atletas, e contou com a participação de 5.500 corredores, que tiveram que enfrentar o forte calor da capital paulista e as duras subidas do circuito. “Esta foi a corrida mais difícil que fiz até hoje, o tempo de todos os integrantes do meu time foi acima do normal. O percurso exigiu bastante, mas já imaginava que não ia ser fácil. Adorei a competição e com certeza vou fazê-la outras vezes”, declarou Mateus Passos, 32, profissional de marketing.

A equipe campeã no geral foi a VO2/ Gatorade/ Adidas, que teve quatro atletas e completou os 42,2 km em 2h25min51s. Ivanildo Dias de Souza foi o último integrante do time a fazer o revezamento e cruzou a linha de chegada embalado pelo “Tema da Vitória”, música tocada após as vitórias de Senna na Fórmula 1.

“Nosso time imprimiu um ritmo muito bom desde a largada. Quando entrei já estávamos na liderança. Apertei o passo na primeira volta para aumentar a vantagem e depois só administrei a diferença”, declarou Ivanildo, que também sofreu com as altas temperaturas. “O calor estava muito forte e dificultou um pouco. Mas o percurso é ótimo, o asfalto de primeira, e é emocionante vencer esta competição”.

Estrutura campeã
A organização da prova foi muito elogiada por todos os participantes, que destacaram o revezamento realizado nos boxes como um dos grandes diferenciais da disputa. “Em algumas competições, o revezamento é uma verdadeira bagunça. A divisão nos boxes que é feita aqui foi perfeita. De longe dá para ver o outro integrante da equipe chegando e tudo correu muito bem”, contou Débora Oliveira Ramos, 30, jornalista.

Os diversos pontos de hidratação espalhados pelo circuito com água e isotônicos também agradaram aos corredores. “Este ano, a estrutura foi bem melhor do que nos anteriores. Estava tudo ótimo, com os postos bem distribuídos na pista, e, apesar do forte sol, não faltou água. Só as subidas que continuaram muito difíceis, em alguns trechos não agüentei e tive que andar”, disse Ricardo Quirino, 30, técnico eletrônico, que veio de Santos para fazer a prova. “Estava tudo perfeito, mas acho que seria melhor se a água fosse distribuída em copos. Beber na garrafinha é menos prático quando se está correndo”, sugeriu Mateus Passos.

Motivos de sobra
Além da boa organização, muitos atletas destacaram a oportunidade de correr em Interlagos e ainda ajudar os programas educacionais do Instituto Ayrton Senna, que desde 1994 já atenderam a 7.896.146 meninos e meninas, como os principais motivos para realizarem a prova.

“Esta é a segunda vez que participo e acho o circuito maravilhoso. Como já conhecia o percurso, um dos maiores estímulos que tive foi saber que estou ajudando em ações sociais”, disse Alexandre Nogueira, 34, comerciante. “Já estive aqui no autódromo para acompanhar corridas, mas nunca entrei na pista. Achei muito legal”, afirmou Bruno Andrade, 25, engenheiro.

O fato de poder ter a companhia dos amigos no revezamento também foi lembrado por alguns. “A corrida ser no autódromo é um diferencial, mas nosso time já participa de maratonas de revezamento e isto é muito motivante”, declarou Sergio de Almeida, 60, contabilista. “Esta é a segunda prova que corri e o principal motivo de estar aqui é pela equipe. Achei muito legal”, contou Natália Fernandes Augusto, 23, estudante.

Trânsito
Os atletas que tentaram chegar ao autódromo de carro pelo corredor norte-sul – Avenidas Rubem Berta, Washington Luis e Interlagos – foram surpreendidos por um grande congestionamento provocado pelo processo seletivo de uma universidade da região. “Fiquei quase duas horas preso no trânsito. Por sorte era o quinto integrante da minha equipe a largar e consegui chegar a tempo”, disse Ricardo Quirino.

Os corredores que optaram por outros caminhos não tiveram maiores problemas, e o bom trabalho realizado pela Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfico (CET) possibilitou uma chegada tranqüila ao local da prova. “O trânsito aqui na região estava legal, mas acho que faltaram pessoas no estacionamento para orientar melhor onde tinham vagas. Precisei rodar um pouco até encontrar um lugar para parar”, disse Cesar Augusto Mealha, 35, engenheiro.

:: Serviço
Ayrton Senna Racing Day (São Paulo)
Data: 16 de novembro de 2008
Horário: 8h
Distância: 42,2 km (revezamento)
Clima: sol e calor
Temperatura: 25°C (média)
Umidade: 60% (média)