Atenção ao avaliar simetria de força durante a pedalada

Atualizado em 16 de agosto de 2011
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Fabricantes de ciclo ergômetros e trainers vêm produzindo sistemas teoricamente capazes de mensurar diferenças entre a força, torque ou potência produzidos pelos membros inferiores. Esta avaliação visa identificar possíveis assimetrias na força entre as pernas durante a pedalada.

Dois exemplos altamente difundidos são o sistema da análise de torque da SRM® e o software SpinScan da Racemarte®. Ambos realizam a medição do somatório do torque (SRM®) e potência (SpinScan) entre as pernas direita e esquerda.

Na Figura 1 é representado um exemplo em que diferentes magnitudes de torque são aplicados nos pesdivela enquanto o sistema da SRM® registra a mesma magnitude de torque.

 

Este exemplo foi testado em ciclistas competitivos avaliados em diferentes cargas de trabalho (Bini, Hume et al., 2011). Observamos que apenas em cargas superiores a 80% da potência aeróbia máxima as diferenças entre o torque mensurado pelo sistema da SRM® e a medida obtida utlizando pedais instrumentados para mensurar força foram similares.

Este estudo e o exemplo da Figura 1 ilustram que em cargas submáximas, a interação entre os membros inferiores reduz a acurácia na medição do torque (e potência) das pernas utilizando sistemas como o SRM® e o SpinScan do Computrainer da Racemate®.

A principal razão para estas limitações se deve ao fato do SRM® e do Computrainer mensurarem o torque e a potência resultante de ambas as pernas. Estes sistemas não medem individualmente o que cada membro inferior produz em relação ao torque ou potência, desta forma, não sendo recomendados para a avaliação da simetria da pedalada.

REFERÊNCIAS
Bini, R. R., P. A. Hume, et al. A comparison of cycling SRM crank and strain gauge instrumented pedal measures of peak torque, crank angle at peak torque and power output. Procedia Engineering, v.13, p.56-61. 2011
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