Alongue-se sem erro

Atualizado em 21 de agosto de 2007
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Por Daniel Balsa

Um elemento fundamental para o desempenho do ciclista é a realização do alongamento. Segundo especialistas, sem alongar, não é possível atingir uma melhor amplitude nos movimentos.

“A amplitude é fundamental para o ciclista ter um melhor desempenho. O alongamento auxilia não só neste quesito, mas também na postura, no relaxamento muscular e na prevenção de lesões”, diz Estela Oliveira Lopes, personal trainer e treinadora de diversas modalidades esportivas para crianças.

“No caso de um movimento errado durante um treino ou uma prova, se você faz o alongamento corretamente e com constância, ele teve servirá como aparato para, ao menos, minimizar o grau da lesão, no caso de uma hiper-extensão, por exemplo. Um músculo mais rígido, mais contraído, está mais propenso à lesão”, completa.

Hildebrando Victor, treinador da Fit.One, fala que o alongamento é importante antes e depois de qualquer tipo de treinamento ou prova. “Tem muita gente que prefere aquecer pedalando durante um certo tempo e depois alonga. Isso é válido. Mas deve-se ressaltar que o alongamento antes do treino deve ser mais intenso”, argumenta.

“Após o treino, o alongamento é mais importante no quesito relaxamento dos músculos, para que eles não enrijeçam, e dos tendões, responsáveis pelo equilíbrio estético e dinâmico do corpo”, prossegue.

Victor alerta para a postura do ciclista durante a pedalada, alegando que a posição aerodinâmica utilizada faz com que o alongamento deva ter um enfoque especial para a região lombar. O exercício recomendado pelo especialista também ajuda no alongamento do músculo posterior da coxa e da virilha, que são muito utilizados para a pedalada.

“Pela posição do ciclista, ele tem uma propensão maior a ter constante dores lombares e comprometer o nervo ciático. Como ele também utiliza muito o músculo posterior da coxa ao pedalar e o músculo da virilha, que determina a cadência do pedal, eu recomendo alongar muito bem essas regiões”, conta.

“O exercício para alongar estes locais pode ser feito com pernas unidas ou afastadas: sem dobrar o joelho, abaixe o tronco o máximo possível e jogue os braços para frente, chegando o mais próximo do chão”, declara.

Outro músculo bastante usado pelo ciclista é a panturrilha, em decorrência da posição do pé no pedal. A recomendação de alongamento é posicionar a ponta do pé em um degrau ou uma parede, por exemplo, e fazer força com o corpo para frente.

Segundo o treinador, o glúteo é outro músculo bastante utilizado, principalmente durante escaladas e sprints. “A movimentação do ciclista durante estas determinadas situações, faz com que este músculo seja bem exigido”, diz.

O alongamento recomendado para o glúteo também ajuda a relaxar a lombar. Em pé, deve-se dobrar o joelho e cruzar a outra perna, colocando o tornozelo da perna cruzada sobre o joelho da outra. Flexione o tronco máximo possível e mantenha o equilíbrio. Depois, o procedimento deve ser repetido com a outra perna.

“Além de alongar regiões vitais para o ciclista, este exercício pode ser feito como um complemento, já que auxilia em outros dois aspectos fora o alongamento: respiração e equilíbrio”, enfatiza Victor.

Para quem realiza constantemente este tipo de treinamento – visando escaladas e sprints –, o tríceps também deve ter uma atenção especial durante o alongamento. O exercício indicado é aquele em que você coloca um braço ao lado da cabeça, flexiona o cotovelo, que é puxado pela mão do outro braço para o centro.

“Estes músculos são os mais utilizados pelos ciclistas e é muito recomendado que esta rotina seja seguida por quem treina rotineiramente e pensa em disputar algumas provas. Isso ajuda em seu desempenho. Pode ser o que falta para alcançar sua próxima meta”, encerra Hildebrando Victor.