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Por Fausto Fagioli Fonseca
Quando algo é denominado funcional, significa que, segundo o dicionário, este objeto ou ação responde a uma função determinada, é relativo à função (tem alguma atribuição funcional) ou ainda concerne a alguma função química. Os exercícios funcionais relativos à corrida, por exemplo, treinam movimentos de resistência, força, flexibilidade, coordenação e equilíbrio, deixando o corpo mais preparado para a prática esportiva.
Já os alimentos funcionais, como explica a nutricionista Lizandri Rangan, coordenadora do Serviço de Nutrição e Gastronomia do Hospital Leforte, do Grupo Saúde Bandeirantes, são ingredientes que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos, como parte da dieta habitual, produzem efeitos benéficos à saúde.
“Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), alimentos funcionais são aqueles que produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos através da atuação de um nutriente ou não-nutriente no crescimento, desenvolvimento, manutenção e em outras funções normais do organismo humano. A principal vantagem é a prevenção ou diminuição de doenças, principalmente as crônicas”, fala a especialista.
Como ter uma alimentação funcional?
O cardápio funcional deve ser composto por ingredientes como os flavonóides (uva, amora, framboesa, frutas cítricas, brócolis, repolho e chá verde); antocianinas (frutas em geral, principalmente as vermelhas escuras e roxas); ácidos graxos ômega-3 (peixes de águas frias com alto teor de gordura; óleos vegetais); resveratrol e quercetina (casca de uva, vinho tinto e maçãs).
A ingestão de carboidratos integrais e fazer pequenas refeições em curto espaço de tempo também ajudam, diminuindo a oscilação de humor e a depressão. Sais minerais, como o magnésio e vitaminas dos tipos a B6 e a E, aliviam a retenção de líquido e a vontade de comer doces, o mal estar, a fadiga e a ansiedade.
“As propriedades relacionadas à saúde dos alimentos funcionais podem ser provenientes de constituintes normais desses alimentos, como no caso das fibras e dos antioxidantes (vitamina E, C, betacaroteno) presentes em frutas, verduras, legumes e cereais integrais ou através da adição de ingredientes que modifiquem suas propriedades originais, exemplificada por vários produtos industrializados, tais como: leite fermentado, biscoitos vitaminados, cereais matinais ricos em fibras, leites enriquecidos com minerais ou ácido graxo ômega 3”, completa Lizandri.
Benefícios
Veja na tabela abaixo a relação feita pela nutricionista entre as substâncias que podem conter as fontes alimentares que trazem benefícios para a saúde:
Substância | Fontes alimentares |
Benefícios à saúde |
Ácidos graxos ômega-3 |
Peixes de águas frias com alto teor de gordura; óleos vegetais (linhaça) | Prevenção de doenças cardiovasculares preven- ção e controle de doenças auto-imunes e inflamatórias |
Esteróis/ estanóis vegetais |
Milho, soja, trigo, óleos de madeira | Redução do risco de doenças cardiovascu- lares, diminui a absor- ção do colesterol |
Flavonóides | Uva, amora, framboesa, frutas cítricas, brócolis, repolho, chá verde, soja | Efeito antioxidante ação sobre a formação de radicais livres e diminuição dos níveis de ldl-colesterol alívio das ondas de calor em mulheres na menopausa |
Antocianinas | Frutas em geral (principalmente em frutas vermelho escuras e roxas) | Prevenção de doenças cardiovasculares e câncer |
Catequinas | Uva, morango, chá verde, chá preto | Atividade antioxidante e inibição da formação de ateromas; prevenção de certos tipos de câncer |
Limonóides | Frutas cítricas | Estímulo à produção de enzimas protetoras contra o câncer e redução do colesterol |
Resveratrol e quercetina |
Casca de uva, vinho tinto, maçãs | Redução do risco de doenças cardio- vasculares;inibição da formação de carci- nógenos, coágulos e inflamações |
Isoflavonas | Soja, leguminosas, amendoim, alcaçuz, legumes e ervilha | Alívio dos sintomas da menopausa; redução do risco de doenças cardiovasculares e osteoporose;redução do risco de câncer de mama e próstata |
Proteínas da soja |
Soja e derivados | redução do risco de doenças cardio- vasculares |
Betaglucana | Aveia, cevada, legumes e alguns outros grãos | Controle da glicemia e do colesterol sérico |
Isotiocianatos e indol |
Brócolis, repolho, couve-flor, rabanete e folha de mostarda | Aumento da atividade de enzimas (tipo 2) protetoras contra carcinogênese |
Licopeno | Tomate, goiaba, melancia | Atividade antioxidante; redução do risco de doenças cardiovascu- lares; proteção contra cânc er, principalmente de próstata |
Luteína e zeaxantina |
Folhas verdes (luteína) pequi e milho (zeaxantina) | Proteção contra a degeneração macular; manutenção de uma boa visão |
Lignanas | Linhaça | Inibição de tumores hormônio dependentes |
Sulfetos alílicos (alil sulfetos) |
Alho e cebola | Redução do risco de doenças cardiovasculares; estímulo à produção de enzimas protetoras contra o câncer gástrico |
Fibras/prebióticos (fibras insolúveis e solúveis frutooli gossacarídeos, inulina, etc |
Grãos integrais, frutas e vegetais em geral | Melhora da saúde intestinal; redução do risco de câncer do cólon; controle do colesterol |
Probióticos (bifidobactérias e lactobacilos) |
Leites fermentados, iogurtes, etc. | Melhora da saúde intestinal;redução do risco de câncer do cólon; melhora da intolerância à lactose |
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