Adriano Bastos do lado dos amadores

Atualizado em 11 de setembro de 2007
Mais em

O vencedor da Meia-maratona de Buenos Aires fala sobre os problemas na prova e conta como viu o sofrimento dos brasileiros, que ficaram sem água

 

Por Juliana Saporito

 

Manhã de terça-feira, dois dias após a vitória conquistada com muita garra na Meia-maratona de Buenos Aires, o campeão Adriano Bastos esbanja alegria e satisfação com o resultado, mas deixa claro que nem tudo é festa. A situação dos corredores amadores, que sofreram com a falta de água durante todo o percurso – e que foi tão comentada –, também é assunto para Adriano.

 

“Me preparei bastante e aproveitei para treinar no terreno plano, já imaginando como me sairia na Meia de Buenos Aires. Corri com tranqüilidade até o km 10, quando imprimi mais força para acompanhar Oscar Cortínez, que havia vencido as três edições anteriores da corrida”, contou.

 

Foi a partir do km 16 que Adriano aproveitou uma subida para se destacar e tomar a frente. Chegou a abrir 39 segundos de vantagem e, aproveitando o calor, correu rumo à vitória. “O clima me favoreceu muito. O calor não é comum na Argentina e fez a diferença em minha conquista. Estou mais acostumado”, assinalou.

 

Mas o calor foi também vilão. Para quem correu atrás do pelotão de elite, o estado das coisas foi crítico, como o campeão da prova contou. “Quem completou a prova a partir de 1h30min, encontrou os postos de hidratação vazios”, disse. E descreveu um cenário de horror: “Muitas pessoas reviraram copos no chão à procura de água. Outros paravam para comprar água no meio do caminho”, relatou.

 

O problema não é novo. Todos os anos, segundo Adriano, falta água na Meia-maratona da cidade portenha. A diferença é que a situação se agravou à medida em que o número de participantes aumentou, o que tem ocorrido ano após ano. “Os organizadores têm conhecimento sobre esta questão, mas não conseguem solucioná-la”, avaliou.

 

Mesmo com tantos contras, Adriano Bastos faz questão de esclarecer que a prova vale a pena. “Apesar de todos os inconvenientes, faço questão de correr aqui todos os anos. A prova é maravilhosa e pontual. Gosto muito de participar”, garantiu o atleta. E ele acredita no retorno dos brasileiros: “No próximo ano sei que eles estarão de volta. Foram mais de 900 brasileiros correndo aqui e isso é muito significativo”, finalizou.