A pista e você

Atualizado em 25 de abril de 2011
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* Por Daniela Lago Chaves Koerbel

A pista…
Quando, num dia frio ou quente, você sente seus ossos fagulharem e seu sangue pulsar mais forte, seus músculos se contraírem e todas as células de seu corpo, num movimento harmonioso, dançam juntas num mesmo ritmo. No mesmo instante em que seus pés tocam o solo, sua mente viaja, como se você saísse de seu corpo. Você, neste exato momento, não é mais corpo (músculos, fibras, células), você é simplesmente sua mente, você simplesmente “é”.

No mundo moderno, vive-se em constante movimento e as pessoas vivem em prol do melhor emprego, da melhor posição social, do melhor carro, da melhor casa, das melhores roupas, da melhor aparência física, esquecendo-se muitas vezes delas mesmas. Valoriza-se mais o ter e o estar, do que propriamente o ser. Parece que a mente está o tempo todo em conflito com o físico, uma vez que se busca o tempo todo um projeto de vida ideal, mas nem sempre real. O resultado de tudo isso é muito estresse e cortisol sendo liberados constantemente na corrente sanguínea, e com isso adoece-se não apenas a mente, mas também o corpo físico.

Todavia, existe uma saída para todo esse caos emocional: equilibrar o corpo e a mente, fazendo com que ambos não andem na contramão, mas em harmonia com o cosmos. A resposta está em buscar satisfação e prazer em tudo que se faz; a resposta está no simples pulsar do coração, na simples explosão muscular através do movimento ritmado de pernas e braços, da liberação de endorfina no sangue e no simultâneo fluir de pensamentos positivos. A resposta é simples: BEM ESTAR e PRAZER EM VIVER.

Quando se está na pista correndo, seja ela de asfalto, saibro ou de terra, você deixa de ser aquele modelo idealizado pela mídia ou por quem quer que seja, e passa a ser simplesmente você com seu corpo e sua mente sintonizados. A rua não vai dizer para você o que deve fazer, se você está bem vestido (a), se tem status social ou se é bonito (a) ou feio (a), a pista apenas precisa ser desbravada, transcorrida, respeitada, enfim ela precisa ser superada em seus limites, assim como você.

Correr em seu maior sentido, é um estado de espírito, é liberdade de ser, é um estilo de vida. As corridas de rua, de montanha e as de aventura, a cada dia, ganham mais adeptos, pois o maior objetivo é aquele sentimento de dever cumprido, quando se ganha as pistas, ganha-se também qualidade de vida.

A melhor forma de se estar em dia com o condicionamento físico e equilibrado emocionalmente é procurar manter uma rotina diária de exercícios físicos que deem prazer. A escolha por uma modalidade esportiva como o atletismo, especialmente as corridas de rua, não exige que se disponha de muito dinheiro, ou que se pertença necessariamente a uma equipe.

Para aderir a este estilo de vida, a única condição é que se esteja disposto a ser feliz e realizado consigo mesmo, na medida em que se esteja preparado para superar condições climáticas adversas, solos lisos, arenosos, molhados ou secos, possíveis dores musculares e calor ou frio intensos.

Enfim, correr é muito mais que exercitar-se. Correr é se permitir ser o que se é, é aceitar-se mesmo com limitações. Correr é superar-se. Correr é a busca do melhor em si e para si mesmo.

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*Psicóloga do Esporte e Psicóloga Clínica- CRP 08/10496
Integrante da Comissão de Esporte do CRP 08 (Cons. Regional de Psicologia-PR)
Contatos: (41)9925-4482 – (41)3282-7062
e-mail: danielalpchaves@uol.com.br