“A maratona da minha cidade”

Atualizado em 31 de maio de 2009
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Texto e fotos Fernanda Di Sciascio

O mundo é realmente muito pequeno. Na concentração da Maratona de São Paulo, no domingo dia 31 de maio (que tem como “acompanhamento” 25 km – primeira vez – e 10 km), testemunhei pelo menos cinco grupos diferentes de corredores se encontrando de maneira inesperada e dizendo a célebre frase: “Se tivéssemos marcado, não teríamos nos encontrado”. Isso em meio a 15 mil inscritos.

Eu mesma encontrei um amigo no km 3 (ainda não sei que distância ele correu), além de companheiros de pace nos quilômetros finais. Um desconhecido, inclusive, que me deu uma superforça no domingo passado, nos 12,5 km na USP, apareceu novamente para o encorajamento do sprint final. Dá para acreditar? Pois é, histórias de corredor.

Um jeito inusitado
Na cidade em que as pessoas estão sempre correndo e interagindo, a O2 resolveu documentar a corrida durante o percurso, em um estilo pouco usado por aqui: o anonimato, com ajuda do celular. A ideia é retratar alguns momentos marcantes durante a prova (neste caso, os 10 km), e a passagem pela metrópole durante a prática da corrida. O surpreendente: vários corredores valem-se da técnica e usam os celulares como MP3 player, rádio e câmeras fotográficas, na concentração e também durante o trajeto (!!!).

Na largada, Ponte Estaiada, um clima um pouco mais quente do que o esperado (cerca de 19ºC), hino nacional e músicas. Um corredor ao meu lado, José (os nomes estavam nos números de peito), puxou conversa e disse que seu objetivo este ano é fazer provas diferentes. Acostumado ao Circuito das Estações há algumas temporadas, o corredor que está neste esporte há dez anos experimentou a Tribuna 10 km (em Santos) e estava animado pelos 10 km da Maratona de SP, pelo trajeto pouco habitual, que foge dos tradicionais USP ou Ibirapuera. A meta? 48 minutos, com direito a curtir São Paulo.

Fotos de corredores também clicando a cidade e então Open Your Yes (Snow Patrol), minha música de largada. Entre os quilômetros 2 e 3, Where the Streets Have no Name (U2), Ponte do Morumbi e Marginal Pinheiros, passando por pontos como o Shopping D&D e a Daslu. Então vem Lazy (Fat Boy Slim) e o acesso à Avenida Juscelino Kubitschek e pouco antes do túnel (por volta do km 7) a separação dos 10 km dos 25 km e dos 42 km. Neste trecho, Where are we Running’ (Lenny Kravits) e o incentivo dos corredores dos 10 km aos maratonistas. A energia é contagiante.

Então, o quente Túnel do Tribunal de Justiça, Feel Alive (Benny Benassi), e quase o final, na Avenida República do Líbano (já é o km 8, ou 40 dos maratonistas, que para chegarem aqui á passaram pelo Jóquei, Pedroso de Morais em direção a Brigadeiro Faria Lima e USP). Este é um trecho-chave, porque há um pouco de torcida, a vista do Parque do Ibirapuera e seu chafariz no lago, além do Monumento às Bandeiras (ou Empurra-empurra) e o Obelisco.

Sprint final, Still Take You Home (Arctic Monkeys) e a certeza que ainda falta torcida nas corridas paulistanas, mas certamente sobra cidade.