A lenda do Tour de France

Atualizado em 04 de maio de 2006
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POR ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ

Criado em 1903, o Tour de France é uma das mais tradicionais competições esportivas do planeta. Todos os anos, no mês de julho, ele monopoliza as atenções dos fãs de ciclismo de todas as partes do mundo. Sua cobertura atrai 78 emissoras de TV dos cinco continentes, 180 países recebem imagens da prova, acompanhada por dois bilhões de telespectadores – números superados apenas por dois eventos esportivos, a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos, que acontecem a cada quatro anos.

Em mais de um século de história, o Tour não parou de crescer. Tornou-se parte do imaginário popular e da própria cultura francesa, celebrando o amor que os franceses devotam à bicicleta, carinhosamente apelidada de “la petite reine” (a pequena rainha). As etapas de montanha, criadas em 1910 para tornar ainda mais titânico o desafio encarado pelos atletas, contribuíram para consolidar o prestígio da prova.

Esse périplo anual pela bela e variada geografia francesa consagrou legiões de campeões como Fausto Coppi, Louison Bobet, Jacques Anquetil, Miguel Induráin, Ottavio Bottecchia, Eddy Merckx, Marco Pantani, Federico Bahamontes, Bernard Hinault. As batalhas travadas pelos ciclistas pelo direito de vestir a camisa amarela que distingue o líder da classificação geral, “manto sagrado” que resume o carisma do ciclismo, são freqüentemente exaltadas como se fossem gestas, e os atletas, como heróis míticos.

O Tour de France deste ano tem como grande atração o fato de ser o mais aberto dos últimos anos. Com o fim do reinado do americano Lance Armstrong, que venceu a prova por sete vezes consecutivas (1999-2005), não há um claro favorito para este ano, mas um punhado deles: Ivan Basso, Jan Ullrich, Alexander Vinokourov, Alejandro Valverde.