Por Christian Baines

Um pequeno vacilo na hora de se preparar para a segunda etapa da Volta Ciclística Internacional de Campos (RJ) há menos de três semanas impediu que Magno Prado Nazaret ocupasse a posição mais alta no pódio da competição. A prova era um contra-relógio, sua especialidade, mas ele demorou a se aprontar e chegou atrasado para sua largada. Acabou perdendo preciosos segundos e desperdiçando a chance de ocupar a liderança da Volta.

Na última quarta-feira, Magno teve sua segunda chance. E não desperdiçou. Deu um show na etapa de contra-relógio da Volta Ciclística do Estado de São Paulo, tornou-se líder e tem tudo para se sagrar campeão no próximo domingo.

Magno nasceu no dia 17 de janeiro de 1986, na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Aos 17 anos foi campeão brasileiro júnior de CRI (contra-relógio individual), dois anos depois foi o terceiro colocado no Campeonato Brasileiro Sub-23 de CRI e na temporada passada, já vestindo a camisa da equipe Scott, sagrou-se campeão brasileiro contra o relógio. Nesta entrevista exclusiva ao Prólogo, o atleta fala da estratégia da equipe para a penúltima etapa da Volta de São Paulo, da expectativa para os Jogos Pan-americanos e do que o motiva no ciclismo.

Prólogo: A etapa de sábado será decisiva, já que no domingo serão apenas 50 quilômetros de prova. Qual será a estratégia da Scott?
Magno Nazaret: Vamos manter a tática das outras etapas. Controlaremos todas as fugas durante a prova para evitar que os atletas bem colocados escapem do pelotão. Nosso objetivo é manter a camisa amarela e, sobretudo, a liderança por equipes.

Na Volta de Campos (RJ) você foi o terceiro colocado na prova de contra-relógio, ficando atrás do Matias Médici e do Pedro Nicácio, e acabou em terceiro na classificação geral. Qual foi o segredo para superá-los na Volta de SP?
Em relação ao treino não fiz nada especial. Não tinha muito que fazer nesse período. Era o momento de descansar. Mas a questão é que em Campos larguei atrasado. Eu estava no carro me arrumando, quando o tempo do cronômetro já havia sido acionado. E dessa vez não aconteceu nenhum atraso.

A vitória na Volta do Estado de São Paulo é sempre muito marcante. Em ano de Jogos Pan-americanos, qual é a importância dessa vitória?
Com certeza te dá mais confiança. Eu ainda não sei que provas disputarei, mas sem dúvida uma vitória na Volta traz mais esperanças para as disputas de estrada. Demonstra que o trabalho que estamos desenvolvendo está no caminho certo.

Para finalizar, o que mais te motiva no ciclismo?
É a superação. A cada competição você se supera um pouco mais. É muito boa a sensação de dever cumprido ao extrapolar suas metas. Por outro lado, quando os resultados não vêem, eu converso com os atletas mais experientes da equipe e aprendo com eles para não desanimar, não ficar desmotivado.